Deputados e entidades reagem à manobra do governo para privatizar Correios
Coronavírus CTB Geral 20/04/2021
O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e a base do governo querem “passar a Boiada” e tentam antecipar a votação sobre a privatização dos Correios.
Arthur Lira pautou para esta terça-feira (20) a apreciação da urgência do PL 591/21, que autoriza a privatização da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos, conforme alertaram deputados contrários à privatização.
O projeto foi encaminhado por Bolsonaro em fevereiro e “autoriza que os serviços postais possam ser explorados pela iniciativa privada, inclusive os prestados hoje em regime de monopólio pela Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT), estatal 100% pública”. E, na semana passada, assinou um decreto incluindo os Correios no Plano Nacional de Desestatização antes mesmo da votação do PL.
Na quarta-feira (14), o deputado federal Orlando Silva (PCdoB-SP) e partidos políticos apresentaram Projetos de Decreto Legislativo (PDL) com o objetivo de retirar os Correios do plano de privatizações do governo Bolsonaro.
O deputado denunciou em seu Twitter que “o presidente da Câmara quer aprovar a toque de caixa o regime de urgência para a privatização dos Correios. Não admitiremos! Vamos parar o Congresso e impedir esse ataque à soberania nacional”, escreveu.
“Os Correios precisam se manter um serviço público e estatal. Empresas privadas já podem atuar na correspondência comercial sem nenhum obstáculo. Os Correios garantem um direito social, de poder enviar/receber uma correspondência em qualquer lugar do Brasil, a um preço razoável”, escreveu o deputado André Figueiredo (PDT-CE) em seu Twitter.
Entidades representativas dos funcionários da estatal também se manifestaram e iniciaram imediatamente uma campanha para sensibilizar os parlamentares e impedir a votação. “Todos unidos numa grande mobilização virtual!”, conclamaram a Federação Interestadual dos Sindicatos dos Trabalhadores dos Correios (Findect) e o Sindicato dos Trabalhadores da Empresa Brasileira de Correios Telégrafos e Similares de São Paulo, Grande São Paulo e zona postal de Sorocaba (Sintect-SP).
A ideia é que a categoria pressione os parlamentares através de mensagens, telefonemas, envio de e-mails e nas redes sociais.
Veja abaixo o vídeo do Sintect-SP
A Findect publicou em seu site uma proposta de mensagem a ser enviada aos parlamentares que diz: “Com 358 anos de existência, construída com o suor dos brasileiros, essa empresa presta serviços essenciais e de excelência à nação e sua população. O prejuízo que trará sua privatização será irreparável”.
E prossegue. “Implicará na destruição de um serviço essencial que hoje atende toda a população, pequenas, médias e grandes empresas nacionais, e na construção de um nicho de privilégio a partir do atendimento somente em áreas lucrativas. As cidades da sua base eleitoral poderão estar entre aquelas que serão atingidas pelo apagão postal que uma privatização trará ao país!”.
O presidente do Sindicatos dos Trabalhadores dos Correios de São Paulo, Elias Diviza, convocou a categoria em mensagem pelo Youtube: “O momento exige pressão incansável para impedir essa manobra e barrar a votação dessea PL”.
A bancada do PSol também se manifestou no Twitter na segunda-feira. “Atenção! Lira quer acelerar a votação do PL 591/21, que autoriza a privatização dos Correios, sem ouvir a categoria e sem debate com a sociedade. A urgência está na pauta de amanhã. PSOL vota NÃO. O Correios é um patrimônio do povo e a privatização trará um prejuízo irreparável”.
Para o deputado Ivan Valente (PSOL-SP), “é temerário atacar este patrimônio nacional, prejudicando até a logística de combate à Covid!”. Além do mais, “não ouviu a categoria nem abriu debate com a sociedade. Não à privatização”, disse o deputado.
“Os Correios são um patrimônio fundamental para o projeto político de desenvolvimento do Brasil. Não é possível permitir que uma empresa desta magnitude seja entregue por valores ínfimos ao capital privado por este governo. Não à privatização dos Correios!”, escreveu a deputada Maria do Rosário (PT-RS).
Fonte:Hora do Povo