Covid-19: o que sabemos sobre cloroquina e hidroxicloroquina? Tire dúvidas

Covid-19: o que sabemos sobre cloroquina e hidroxicloroquina? Tire dúvidas
Foto: jaouad.K/iStock

Coronavírus CTB Geral 24/04/2020

Pesquisas com os remédios hidroxicloroquina e cloroquina, amplamente usados no combate de doenças como lúpus e artrite reumatoide, aumentaram a esperança para o tratamento da covid-19. Apesar de ainda não haver evidências conclusivas sobre a eficácia da droga, cientistas de diferentes países dedicam tempo e esforços ao estudo de seus efeitos em pacientes com o novo coronavírus. Abaixo, VivaBem esclarece as principais dúvidas sobre os medicamentos.

O que sabemos sobre cloroquina e hidroxicloroquina

O que é a hidroxicloroquina?

A hidroxicloroquina é um medicamento de uso controlado que tem efeito imunomodulador —fornecem aumento da resposta imune contra determinados microrganismos—, e por isso é usada para tratar doenças autoimunes, como lúpus e artrite reumatoide. Atualmente, a droga está em estudo para o tratamento da covid-19, doença causada pelo novo coronavírus.

Para que servem a hidroxicloroquina e a cloroquina?

As drogas são usadas para tratar doenças como lúpus eritematoso sistêmico e discoide, artrite reumatoide e juvenil, doenças fotossensíveis e malária.

 

Qual é a diferença entre hidroxicloroquina e cloroquina?

São dois remédios de formulações diferentes, mas que levam a mesma substância, a cloroquina. Os benefícios clínicos são parecidos, mas os efeitos adversos não. A hidroxicloroquina é considerada um pouco mais segura, com menos efeitos colaterais.

 

Quais são os efeitos colaterais da hidroxicloroquina e da cloroquina?

Os efeitos de toxicidade variam de acordo com o organismo de cada pessoa. Os medicamentos podem causar problemas como distúrbios de visão, irritação gastrointestinal, alterações cardiovasculares e neurológicas, cefaleia, fadiga, nervosismo, quem tem psoríase ou porfiria pode ter ataque agudo da doença, prurido, queda de cabelo e exantema cutâneo.

 

Quais são as contraindicações para o uso da hidroxicloroquina?

A hidroxicloroquina é contraindicada para pacientes que apresentam: Retinopatias preexistentes Alérgicos a cloroquina (raro) Diagnóstico de porfiria, miastenia gravis ou arritmia Pacientes em uso de digoxina, amiodarona, verapamil ou metoprolol Hipersensibilidade conhecida aos derivados da 4-aminoquinolina, menos de seis anos de idade.

 

A hidroxicloroquina e a cloroquina são eficazes contra o coronavírus?

Ainda não se sabe. Os medicamentos são alvos de diversas pesquisas no mundo todo. Enquanto alguns testes indicam melhora dos pacientes, outros apontam que a droga não fez diferença no tratamento.

 

Hidroxicloroquina é uma vacina contra o coronavírus?

Não. A hidroxicloroquina e a cloroquina são medicamentos em estudo para o tratamento da covid-19 (doença causada pelo novo coronavírus), mas não tem qualquer relação com a prevenção do quadro até o momento, ou seja, não funciona como profilaxia.

 

Qualquer pessoa pode comprar hidroxicloroquina e cloroquina?

Não. Os medicamentos foram determinados pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) como produtos controlados. De acordo com o órgão, a medida visa evitar que aqueles que não precisam desses medicamentos provoquem um desabastecimento no mercado. A falta dos produtos pode deixar os pacientes com malária, lúpus e artrite reumatoide sem os tratamentos adequados, o que começou a acontecer antes da providência da Anvisa.

 

Como a cloroquina age contra a covid-19?

O principal papel da hidroxicloroquina no organismo é controlar a infecção impedindo que o vírus se reproduza. Além disso, um dos efeitos do remédio é modificar o pH de vesículas que estão no interior das células. Isso prejudica a produção de partículas que um vírus precisa para se multiplicar. Assim, ele acaba não se reproduzindo e a infecção é controlada.

 

Qualquer pessoa pode comprar hidroxicloroquina e cloroquina?

Não. Os medicamentos foram determinados pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) como produtos controlados. De acordo com o órgão, a medida visa evitar que aqueles que não precisam desses medicamentos provoquem um desabastecimento no mercado. A falta dos produtos pode deixar os pacientes com malária, lúpus e artrite reumatoide sem os tratamentos adequados, o que começou a acontecer antes da providência da Anvisa. Além disso, vale lembrar que as drogas não têm comprovação de que servem para prevenir a covid-19, têm efeitos colaterais e devem ser usadas com indicação médica. 

"É uma prática que é feita para casos que chamamos de uso humanitário: quando há doenças com consequências graves para um grupo específico de pacientes, os médicos podem decidir, especificamente para cada caso, se vale aplicar o medicamento", esclarece Nísia Lima, presidente da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz).

Via Uol