A Comissão Sindical do PCdoB na Bahia realizou, nesta quarta-feira (24/04), no auditório do Sindicato dos Comerciários de Salvador, uma plenária para debater, junto com lideranças sindicais do partido, a reforma da Previdência de Bolsonaro, que passou na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara, na última terça (23). Além disso, o encontro serviu para discutir as atividades do 1º de Maio, Dia do Trabalhador.
Na oportunidade, o presidente estadual, Davidson Magalhães, fez uma análise do cenário político, após a posse de Jair Bolsonaro, considerado um inimigo da classe trabalhadora. Para ele, o presidente da República representa o setor mais reacionário do capital e, por isso mesmo, tenta se apropriar do estado para aumentar ainda mais a margem de lucro dos grandes capitalistas.
“Quem assumiu o governo foi uma extrema direita ultraliberal que só vai agravar a crise, trazendo regressão social. […] Para isso, eles apostam cada vez mais em medidas antidemocráticas, como a destruição dos sindicatos, que envolve fim do imposto sindical e a imposição de pagamento por boleto da mensalidade sindical”, afirmou o presidente do PCdoB-BA.
Os frequentes ataques da extrema-direita aos trabalhadores e ao movimento sindical impõem, segundo Davidson, que o partido esteja preparado para a nova realidade. “Precisamos intensificar nossa capacidade de resistência e preparar os quadros do movimento sindical. Precisaremos de mais unidade, coesão, solidariedade para enfrentar o momento adverso”, pontuou.
A atuação conjunta, solidária e coesa, de acordo com o presidente do PCdoB-BA, é o que tornará exitosa a luta contra os retrocessos da Era Bolsonaro, especialmente em relação à reforma da Previdência. “A resposta a essa realidade não pode ser sectarismo, posições estreitas. Precisamos de mais amplitude na luta contra e reforma da Previdência”, concluiu.
Construir a luta
A vice-presidenta estadual da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), Rosa de Souza, esteve na plenária e defendeu a importância da iniciativa, que representa a intensificação dos debates sobre a construção da luta pelos direitos sociais no Brasil. “Os sindicatos estão em dificuldades, mas temos um exército capaz de construir a mobilização nas categorias e nos demais movimentos sociais”, disse.
No encontro, o secretário estadual Sindical, Aurino Pedreira, apresentou a sugestão de agenda para o enfrentamento aos desmandos desse novo período. “Vamos realizar debates nas cidades estratégicas de atuação do partido para discutir a conjuntura e enfrentar o desafio de mobilizar os trabalhadores contra o fim da Previdência e pelo 1º de Maio”, disse.
Para Aurino, é preciso bravura para resistir às investidas contra a classe trabalhadora, iniciadas já no governo Temer. “Depois de tantos ataques aos trabalhadores com a reforma trabalhista e a terceirização, ainda deve vir do governo a tentativa do fim unicidade sindical, o que enfraqueceria ainda mais o movimento sindical”, disse.
O presidente estadual da CTB, Pascoal Carneiro, lembrou do rolo compressor do governo Bolsonaro na votação da admissibilidade da reforma da Previdência na sessão da última terça-feira, mostrando que a direita pode usar todas as formas de atropelo no prosseguimento da tramitação. Ele citou as dificuldades de articulação das centrais diante do enfraquecimento das entidades, alertando que não pode haver desânimo por conta do quadro adverso.
Ao fim da plenária, foram aprovados dois eventos. Nos dias 25 e 26/05, haverá panfletagens na Estação da Lapa, às 16h, e no dia 30/04, uma caminhada no Comércio, saindo da Praça Cayru, às 9h.
Ascom PCdoB