Seminário da CTB começa com debate sobre resistência do movimento social

Geral CTB Geral 09/11/2016

“É preciso pensar e agir como campo de resistência” essa foi a opinião comum apresentada na segunda etapa dos trabalhos do Seminário “Diálogos para a Resistência”, que teve início na manhã desta terça-feira (8/11), no Sindicato dos Engenheiros do Estado de São Paulo. O debate uniu Guilherme Boulos, coordenador da Frente Povo Sem Medo; João Paulo Rodrigues, da coordenação Nacional do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST); e Adilson Araújo, presidente Nacional da CTB.

De forma convergente, a mesa alertou sobre os ataques aos direitos sociais e trabalhistas, sobre a violenta criminalização dos movimentos sociais e sobre a unidade e ação conjunta do campo de resistência contra essa ofensiva.

Centrais sindicais e movimento social fazem ato contra a PEC 55 em Goiânia nesta sexta-feira (11)

 “O nome do nosso Seminário aponta para os caminhos que devemos seguir. Esse debate, bem como muitos outros que ocorrem nesse comento, pode abrir caminho para um horizonte de resposta para crise e os desafios nacionais que se apresentam nesse momento”, destacou o presidente da CTB, ao resumir a centralidade da realização de espaços de reflexão e de promoção de ações efetivas contra essa agenda regressiva.

Ao denunciar o forte ataque aos direitos trabalhistas, Araújo lembrou que o julgamento da terceirização na atividade-fim, que ocorrerá no Supremo Tribunal Federal (STF), nesta quarta-feira (9). “Se a decisão do Supremo for pela validade da terceirização, ela poderá sacramentar a precarização no mundo do trabalho”.

E emendou: “Estamos testemunhando a desconstrução de um ciclo de direitos. O golpe contra a classe trabalhadora pressupõe a destruição de todos os direitos conquistados até aqui. Precisamos empreender uma luta sem trégua contra essa agenda de retrocessos.  Para tanto, precisamos empreender uma ampla onda de debate, revolver nossas bases e nos firmamos como campo de resistência em defesa de um projeto que garanta direitos, desenvolvimento com soberania  e inclusão social”.

Lutar e resistir a todo o custo

Guilherme Boulos, coordenador da Frente Povo Sem Medo, também falou sobre o perigo que ronda a classe trabalhadora com o julgamento da terceirização na atividade-fim.

“A votação da terceirização é um ataque claro de um Judiciário que vem fazendo, no varejo, a reforma trabalhista do presidente sem voto Michel Temer. Nem a ditadura militar ousou tocar na CLT. O retrocesso que se avizinha é sem tamanho. Por isso o ato em frente ao STF, nesta quarta (9), é fundamental não só para movimento sindical, mas para toda a sociedade”, afirmou.

Boulos também falou sobre a escalada de criminalização dos movimentos sociais. “O que aconteceu com o MST é uma cena típica de ditadura militar. O que tem acontecido de repressão contra os estudantes é de uma violência sem tamanho. Há uma escalada de ataque aos direitos. Ao mesmo tempo que há uma escalada de repressão e criminalização contra o campo popular e de esquerda”.

 

Na mesma linha, João Paulo Rodrigues, da coordenação Nacional do MST, falou sobre os ataque à Escola Nacional Florestan Fernandes (ENFF) na última sexta (4). E relatou sobre a ousadia da Polícia que apresentou, como justificativa para a violência, um mandado de prisão sem assinatura e via Whatsapp.

“Para nós foi uma cena inédita que nos revela a complexidade do que está ocorrendo no Brasil. A criminalização contra os movimentos de se aprofunda, mas não é só isso. Agendas como a política externa dos pés descalços, o corte de direitos sociais, a diminuição do Estado, tudo isso em um cenário de crise econômica, nos coloca desafios de grande monta”, avaliou João Paulo.

Que fazer?

Como direção, a mesa indicou como enfrentamento para a agenda regressiva o fortalecimento da unidade das forças sociais, progressistas, populares e de esquerda na resistência aos ataques.

Para os dirigentes é preciso radicalizar a democracia. Mas, é preciso também destacar que, mesmo diante dos nossos desafios, as lutas travadas pelos movimentos sociais e sindical contribuíram, fortemente, para reforçar a politização do campo e pavimentar horizontes de lutas no Brasil.

 

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