Recentemente, o site Metro 1 publicou o drama de um homem que, aos 95 anos, com problemas de saúde, teve o atendimento negado no Hospital do Subúrbio. Lamentavelmente não são exceções casos como o do Sr. Walter Silva. Vários pacientes, diariamente, tem o atendimento recusado nesse hospital público, cuja gestão é feita através de Parceria Público Privada.
O Sindimed apurou que é rotineiro chegarem casos como este no Hospital do Subúrbio, mas são encaminhados ao Hospital Roberto Santos, onde efetivamente são internados. O exemplo aqui destacado é emblemático por se tratar de um idoso com ferimento no pé e Diabetes, o chamado "pé diabético", situação que requer internamento prolongado e tem custo elevado.
Fica evidente, assim, que a administração do Hospital do Subúrbio vem aplicando diretrizes mercantilistas na seleção dos pacientes que serão atendidos. Na prática, os casos mais complexos e com potencial de maior custo são preteridos e encaminhados para outras unidades.
A opção por dispensar os pacientes com "pé diabético" não é uma questão técnica, haja vista que o Hospital do Subúrbio conta com recursos e profissionais necessários para atender esses casos. Na verdade, trata-se de uma política para contenção de gastos e maximização dos ganhos auferidos com o contrato, que gira em torno de R$ 16 milhões por mês.
O Sindimed enviou ofício ao governador Rui Costa, cobrando um posicionamento sobre a afirmação atribuída a um representante do Hospital do Subúrbio, de que "é ordem do governo de não atender pacientes que não estejam correndo risco” e que poderiam perder o emprego caso não sigam a ordem. A denúncia foi feita por um familiar do Sr. Walter.
É fundamental que se apure a origem de tal orientação e que sejam tomadas as providências cabíveis. A saúde não pode se subordinar à lógica do mercado e a interesses econômicos, sob pena de colocar em risco a vida das pessoas, que tem direito a atendimento digno e de qualidade, como preconiza o SUS.
Fonte: Sindimed Bahia.
