A indignação dos trabalhadores da Secretaria da Saúde do estado foi manifestada na manhã na quarta-feira (28/10), em frente à Governadoria, para marcar o Dia do Servidor Público. Distribuindo pão e água, o Sindsaúde-Ba simbolizou o “arrocho” que a categoria vem enfrentando, com perda de direitos adquiridos e restrição das negociações.
Com faixas protestando contra o não cumprimento dos acordos, a suspensão do programa Habitacional do Servidor e a falta de diálogo por parte da gestão, os funcionários da Sesab cobraram do governador Rui Costa uma audiência para discutir a pauta de reivindicações da categoria. Eles argumentam que as negociações não avançam com o secretário da pasta, Fábio Vilas-Boas.
“Vencemos a malvadeza e não vamos permitir a perversidade”, bradou o presidente do sindicato, Sílvio Roberto dos Anjos e Silva. Segundo ele, as perspectivas são ainda mais sombrias para 2016, referindo-se a notícias veiculadas pela imprensa levantando a possibilidade do governo não reajustar os salários dos servidores no próximo ano.
Radicalizar
“Este ano já não tivemos direito sequer à reposição total da inflação, não cumpriram a data base e ainda parcelaram o reajuste. Se não tivermos aumento em 2016 vamos ter que radicalizar na mobilização”, frisou Sílvio Roberto.
Diretora do Sindsaúde, Inalba Fontenelle deixou claro que os servidores não podiam se calar em troca de uma folga na sexta-feira (30). “A categoria está sem dinheiro até para trabalhar, quanto mais para passear no feriadão. Estamos aqui para mostrar nossa indignação com a retirada de direitos, como o adicional de insalubridade e o financiamento habitacional, e com a postura autoritária da gestão, que extinguiu as Dires e ampliou a terceirização”, declarou.
Exemplificando a desestruturação do SUS na Bahia, Inalba denunciou que no Hospital Geral Roberto Santos, na capital, pacientes graves estão sendo transferidos para fazer ressonância magnética em clínicas privadas de municípios da Região Metropolitana de Salvador, apesar da unidade dispor do equipamento.
O Sindsaúde reafirmou a importância do papel desempenhado pelos trabalhadores públicos para o atendimento à sociedade e conclamou a categoria a permanecer na luta pelo fortalecimento do SUS e por melhores condições de trabalho e atendimento aos usuários.
O governador não apareceu durante a manifestação, nem enviou representação para ouvir os representantes da categoria ou agendar audiência. Delegações de várias regiões do interior compareceram ao protesto, a exemplo de Irecê, Santo Antônio de Jesus, Amargosa, Itaberaba e Ibotirama.
Fonte: Sindsaúde Bahia.
