Funcionários e diretores do Sindimed que, desde o dia 9, estão em frente à UPA informando a população sobre a greve, foram ameaçados na terça (14) e quarta (15), por pessoas que se identificaram como membros de uma entidade chamada Unibairros.
Na terça-feira, cerca de 50 homens lá estiveram, tentando impedir a utilização do carro de som e o movimento dos médicos. O Sindimed acionou a polícia e denunciou o fato à imprensa, que compareceu ao local para registrar o ocorrido. Segundo o diretor de comunicação, Gil Freire, o Sindicato responsabilizará a Pró Saúde por este fato lamentável.
Na quarta-feira (15), a mesma Unibairros levou um ônibus até a UPA para uma suposta manifestação e convocou a imprensa. O tiro, entretanto, saiu pela culatra, porque o embuste foi desmascarado. A maioria das pessoas não era da comunidade nem sabia explicar contra o que iriam protestar, já que o movimento dos médicos é por melhores condições de atendimento à população.
Na mesma manhã, um diretor do Sindimed e uma conselheira do Cremeb foram barrados na entrada da UPA, por orientação do diretor médico Paulo Pimenta, que tem se mostrado extremamente fiel aos interesses da Pró Saúde. Ele e a coordenadora médica da unidade, Elizabeth Dantas, estão sendo interpelados junto ao Cremeb por quebra de conduta ética.
Repúdio
A assembleia do dia 13 manifestou repúdio à postura da Pró Saúde que faz tudo para dificultar a ação do Sindimed, dando ordem aos seguranças da UPA de impedirem a entrada dos diretores, retirando faixas e cartazes, para que a população não se informe sobre a greve.
Os pacientes são orientados a entrar na unidade, fazer a ficha, mas não são avisados da paralisação, permanecendo à espera de um atendimento que não vai acontecer. A atitude deliberada visa causar indignação e constrangimento, tentando colocar a população contra o justo movimento dos médicos. Sobre isso, ficou definido que o Sindimed irá acionar juridicamente o diretor técnico da UPA.
Greve mantida
A proposta da Pró Saúde, apresentada na assembleia do dia 13, foi considerada insatisfatória pelos médicos, que decidiram manter a paralisação deflagrada no dia 10.
Ganhou ainda mais destaque a exigência dos médicos pela regularização do vínculo, via contratação CLT, reivindicação que a Pró Saúde vem se negando a atender, passando por cima da legislação trabalhista.
A vice-presidente do Cremeb, Tereza Maltez, presente na assembleia, esclareceu o papel do Conselho nos movimentos dos médicos. Caíram por terra as informações enganosas que a Pró Saúde vinha utilizando para tentar desmobilizar a greve.
Uma nova assembleia está agendada para essa quinta-feira (16), às 19h, no Sindimed.
Fonte: Sindimed Bahia.
