Uma justa homenagem a Colombiano e Catarina

Geral CTB Geral 30/06/2015

O plenário da Câmara de Vereadores de Salvador ficou lotado na manhã desta terça-feira (30/6) para a Sessão Especial em homenagem a Paulo Colombiano e Catarina Galindo, assassinados no dia 29 de junho de 2010. Parte de um conjunto de ações para cobrar o julgamento dos responsáveis pelo crime, o evento contou com participação de familiares, amigos e companheiros de luta do casal, que morreu por defender os interesses dos trabalhadores.

Muitos foram os depoimentos sobre a doçura de Catarina e a atuação de Colombiano, um líder sindical que contribuiu de forma decisiva para a conquista de direitos de muitos trabalhadores, mas, em especial, dos rodoviários, categoria a qual pertencia e defendeu até o último momento de vida. Foi como diretor Financeiro do Sindicato dos Rodoviários da Bahia, que ele descobriu e denunciou irregularidades no plano de saúde gerido pela MasterMed, fato que, segundo a Polícia, motivou a morte do casal.

“Esta é uma sessão simbólica, que marca a decisão da Câmara de Vereadores de Salvador de contribuir para que os mandantes e executores do assassinato de Colombiano e Catarina sejam julgados e punidos, pois já se passaram cinco anos desde o crime e eles continuam livres e soltos, curtindo a vida como se nada tivessem feito de errado”, disse o vereador Everaldo Augusto (PCdoB) na abertura da Sessão, informando ainda que vai propor, juntamente com Aladilce Souza, que a Câmara faça uma moção pedindo celeridade no processo ao Tribunal de Justiça da Bahia.

O pedido por justiça persistiu em todas as falas e ecoou pelo plenário diversas vezes durante a Sessão. A emoção deu o tom também da fala dos familiares das vítimas. “Gostaria de agradecer a todos pela homenagem e dizer que espero que a morte deles seja sempre lembrada como um exemplo, mesmo depois que os culpados forem punidos. Ouço os depoimentos sobre a atuação política dos dois, mas do que mais sinto falta é de duas pessoas importantes que perdi na minha casa, na minha vida. Todos lembram do Paulo guerreiro e lutador, mas eu lembro do Paulo brincalhão, divertido, resenheiro, que eu conhecia.  Nós lembramos disso todos os dias, pois eles fazem falta todos os dias”, declarou Eder Galindo, filho de Catarina, que estava acompanhado de sua irmã Ana Paula e de Mateus, filho de Colombiano.

O presidente da CTB Bahia, Aurino Pedreira também reforçou a falta que o casal faz no movimento sindical e para os comunistas da Bahia.  “Paulo foi um soldado da retomada de diversos sindicatos, na transição da ditadura militar. Foi perseguido diveras vezes, mas nunca desistiu da luta ou negou suas convicções. Todo o movimento social passa a olhar o exemplo de desapego e fidelidade de Paulo, diante da necessidade de oxigenação de nossa luta. A CTB tem o compromisso de não deixar que os culpados pela sua morte fiquem impunes e vamos cobrar justiça quanto tempo for necessário para que isso aconteça”, concluiu.