Protesto contra a impunidade dos assassinos de Colombiano e Catarina

Geral CTB Geral 29/06/2015

Familiares, amigos e companheiros de luta do sindicalista Paulo Colombiano e de sua esposa, Catarina Galindo, se uniram mais uma vez para cobrar celeridade da Justiça baiana no julgamento dos culpados pelo assassinato do casal, ocorrido no dia 29 de junho de 2010. O protesto ocorreu na manhã desta segunda-feira (29/6) em frente ao Fórum Rui Barbosa, em Salvador, com a presença de cerca de 200 pessoas, além do apoio dos rodoviários, que paralisaram as atividades na região durante o protesto.

“Parece que foi ontem, mas já fazem cinco anos que Paulo e Catarina foram brutalmente assassinados. A Polícia fez a parte dela e apontou os mandates e executores do assassinato, mas a Justiça, que foi extremamente ágil para soltar os acusados quando eles estavam presos, agora age com extrema morosidade, deixando os acusados livres e punindo a família duplamente”, afirmou Geraldo Galindo, irmão de Catarina e cunhado de Colombiano.

Galindo reclamou da demora na tramitação do processo no Tribunal de Justiça da Bahia. A última movimentação no caso aconteceu no ano passado, quando o juiz responsável decidiu que quatro dos acusados deveriam ir a júri popular – os executores Daílton Jesus, Edilson Araújo e Wagner Souza e um dos mandantes, o oficial aposentado da PM Claudomiro César Ferreira Santana-, enquanto o quinto envolvido, o médico Cássio Antônio Ferreira Santana deveria ser excluído do processo por falta de provas. A decisão desagradou defesa e acusação que entraram com recurso, que até hoje não foram julgados, pois dois dos quatro juízes da Câmara Recursal se declaram impedidos de atuar no processo.

“Nos recorremos por entender que os cinco devem pagar pelo crime. O Cássio e o irmão atuaram juntos para articular o crime, uma vez que eram sócios da MasterMed e se sentiram incomodados com a atuação de Colombiano em defesa dos interesses dos rodoviários. É preciso lembrar a sociedade que foi por isso que eles morreram. Foi porque Colombiano denunciou irregularidades no contrato da MasterMed com o Sindicato dos Rodoviários”, acrescentou Galindo.

Mobilização constante

Foi por reconhecer estes fatos que dezenas de rodoviários participaram do protesto e  muitos outros mantiveram os ônibus parados diante do Fórum, enquanto o ato acontecia. “Nós reconhecemos a importância da atuação de Colombiano e estamos aqui para exigir o julgamento dos culpados pelo seu assassinato e de sua esposa. Não podemos deixar que isso fique impune ou abriremos brecha para que ninguém mais possa se manifestar contra os desmandos do poder econômico. Se isso acontecer, toda a sociedade sairá perdendo”, lembrou o presidente do Sindicato dos Rodoviários, Hélio Ferreira.

Para que isso não aconteça, a CTB Bahia propôs que a partir de agora, sejam realizadas manifestações no dia 29 de cada mês no mesmo local, como forma de lembrar à Justiça sobre a necessidade de julgar os culpados e dar uma resposta à sociedade.

“Vamos continuar mobilizados, cobrando que o processo siga o seu curso com julgamento e prisão dos executores e mandantes do assassinato de Colombiano e Catarina. Não podemos esquecer que este crime não atingiu apenas o casal, mas que foi um atentado contra todo o movimento sindical baiano. Foi uma tentativa de intimidar a atuação do dirigente sindical comprometido com os interesses do trabalhador. Precisamos continuar lembrando, que Catarina e Colombiano morreram por serem honestos e comprometidos com a verdade. A morte deles não pode ficar impune. Vamos levar esta bandeira também para o 2 de Julho, onde continuaremos pedindo Justiça”, conclamou Aurino Pedreira, presidente da CTB Bahia.

Pedreira convidou os presentes também para participar da Sessão especial que acontece na Câmara de Vereadores de Salvador nesta terça-feira (30), para homenagear Colombiano e Catarina e também pedir julgamento dos assassinos do casal.