Diretores do Sindimed e médicos que trabalham na UPA dos Barris fizeram um ato de protesto na manhã de sábado (23/5), para alertar sobre o descaso da Fundação José Silveira (FJS), gestora da UPA, com o serviço que é prestado à população. Um abraço coletivo foi dado no prédio da Unidade para simbolizar a luta dos médicos, em greve desde o último dia 19, por melhores condições de trabalho e salários dignos.
Uma das principais queixas dos profissionais é a superlotação, que vem afetando diretamente os pacientes, que chegam a esperar mais de duas horas para serem atendidos, em decorrência do número insuficiente de médicos, auxiliares de enfermagem e enfermeiros contratados para atender a grande demanda. Michele Silva, de 21 anos, esteve na unidade esta manhã pela primeira vez, em busca de atendimento para sua filha, e se deparou com o protesto dos médicos. Apesar de não ter conseguido ser atendida, ela se solidarizou com a luta: “Eles estão certos, porque parando, eles podem conseguir melhorar o trabalho deles e o nosso atendimento. Canso de enfrentar fila nos postos de saúde, é um absurdo”.
De acordo com o clínico geral, Oscar Rojas, contratado pela FJS há oito anos, o fato da UPA estar localizada no centro da cidade, acaba recebendo pacientes de vários bairros, inclusive do interior da Bahia: “Nós estamos sobrecarregados. O paciente já chega nervoso na consulta, depois de esperar mais de duas horas entre a triagem e o atendimento”, relata o médico. Rojas ainda aponta a defasagem salarial como outro grave problema enfrentado pelos médicos da UPA dos Barris. Segundo ele, profissionais de outras unidades que, inclusive, tem menor frequência de atendimentos, ganham mais.
A greve segue por tempo indeterminado até que a FJS apresente uma proposta que atenda as reivindicações dos profissionais. Na próxima segunda-feira (25) à tarde, os médicos vão em comitiva ao Tribunal Regional do Trabalho para conversar com os desembargadores sobre a crise vivida na UPA dos Barris e o impasse gerado pela intransigência da FJS. À noite voltam a se reunir em assembleia, às 19h, na sede do Sindimed.
Fonte: Sindimed Bahia.
