Cerca de cinco mil trabalhadores lotaram o Terreiro de Jesus, no Pelourinho, em Salvador, para a festa do 1º de Maio, organizada pela CTB Bahia, em conjunto com a CUT, UGT e Nova Central. O evento reuniu lideranças sindicais e políticas para celebrar as conquistas e reafirmar a luta da classe trabalhadora por mais direitos. Tudo isso, ao som de samba, reggae e forró.
No palco, as lideranças se revezavam ao microfone para falar da necessidade da redução da jornada de trabalho, do fim do fator previdenciário, do combate ao assédio moral, de políticas de valorização do salário mínimo e sobretudo, da importância da união de todos em defesa destas bandeiras não apenas no Dia do Trabalhador.
Muitas lideranças defenderam também a necessidade dos trabalhadores participarem do processo de disputa que esta em curso no país, com a proximidade das eleições gerais de outubro. “Nós estamos em um momento de enfrentamento em que estão postos dois projetos distintos e nós precisamos nos posicionar, deixando claro de que lado estamos e que projeto defendemos”, ressaltou o presidente estadual da UGT, Magno Lavigne.
Para o presidente da Nova Central, José Ramos, a participação dos trabalhadores deve ser mais efetiva no processo. Não apenas apoiando, mas elegendo parlamentares e governantes comprometidos com o interesse da classe trabalhadora. O posicionamento foi reforçado pelo presidente da CUT Bahia, Cedro Silva, que lembrou do papel fundamental das centrais sindicais na condução do debate eleitoral entre os trabalhadores de suas bases.
Música e protesto
Como último orador da noite, o presidente da CTB Bahia, Aurino Pedreira, homenageou os trabalhadores que perderam suas vidas lutando por mais direitos, lembrando do movimento precursor do 1º de Maio, mas também de todos aqueles que ainda hoje sofrem perseguições na luta por mais empregos e melhores salários. “Hoje não é apenas um dia de festa, mas sobretudo um dia de oxigenar a luta por mais direitos. O fato deste ato contar com a participação de quatro centrais sindicais já é um passo muito importante, pois mostra a nossa unidade em torno de bandeiras importantes”, disse.
Para o dirigente cetebista, o evento cumpriu um papel importante não apenas no sentido de marcar o Dia do Trabalhador, mas por mostrar a unidade dos discursos do movimento sindical em torno de questões fundamentais, como a preocupação com a disputa eleitoral e a necessidade de unir as forças para avançar nas conquistas de direitos sociais para toda a sociedade.
Mas se engana quem pensa que o 1º de Maio dos trabalhadores baianos foi apenas de protesto. Entre um discurso e outro, foi possível sambar com o grupo Catadinho do Samba, dançar reggae com a banda Adão Negro, além de curtir o forró pé de serra do cantor Zelito Miranda.
O evento contou também com um ato contra o racismo. No palco, as lideranças sindicais e políticas seguraram uma banana, repetindo o gesto de apoio ao jogador de futebol Daniel Alves, que foi ofendido por um torcedor durante um jogo do time em que joga na Espanha.
