Em assembleia realizada na última quinta-feira (15/01), os médicos do Hospital do Subúrbio se reuniram para discutir as condições de trabalho da unidade e questões relacionadas à remuneração e o fortalecimento da representação profissional.
A decisão da diretoria de modificar o espaço reservado para o descanso dos médicos, restringindo o horário de acesso ao local, foi questionada pelos profissionais. Ao limitar o direito ao descanso, a gestão propicia um ambiente desfavorável de trabalho, colocando em risco a segurança do paciente ao aumentar a possibilidade de cansaço do médico. Tal atitude vai de encontro às evidências científicas que mostram aumento da produtividade quando o trabalhador tem oportunidade de descansar durante o seu expediente.
Outro aspecto levantado na reunião com potencial negativo para a assistência ao paciente foi a falta de um auxiliar médico nas cirurgias em algumas equipes cirúrgicas. A disponibilidade de um segundo profissional médico na sala de cirurgia é uma prática bem estabelecida, com respaldo na legislação e no próprio mercado. Entretanto, no Hospital do Subúrbio, parte dos cirurgiões entra em sala, auxiliado somente pelo instrumentador.
Remuneração e direitos trabalhistas
A redução do salário dos diaristas e a diferença de remuneração entre as diferentes especialidades foram questionadas pelos médicos. Estas situações não encontram amparo legal e moral para se justificarem. Além disso, os médicos reivindicaram o reconhecimento dos direitos trabalhistas. A advogada do Sindimed, Cláudia Bezerra explicou que a natureza do trabalho médico no Hospital do Subúrbio caracteriza vínculo trabalhista e, ao não formalizar o vínculo, a instituição está sujeita a penalidades por burlar o contrato de trabalho. A advogada também esclareceu que, para todos os efeitos, a remuneração do médico é considerada salário e portanto não pode ser diminuída com a mudança do contrato para CLT.
Fonte: Sindimed Bahia.
