Preços dos combustíveis disparam para satisfazer o apetite de rentistas estrangeiros
A despeito do jogo de cena de Jair Bolsonaro, a Petrobras anunciou a decisão de elevar os preços dos combustíveis a partir desta sexta-feira (11). Por sinal, uma alta cavalar: 24,9% para o óleo diesel; 18,8% para a gasolina e 16% sobre o gás de cozinha.
O presidente fingiu preocupação com a alta dos combustíveis, mas na verdade ele teme perder votos por causa da carestia, que corrói o poder de compras dos salários e desperta a indignação popular. Em ano de eleição, o novo assalto ao bolso do povo não vai promete boa repercussão nas urnas.
Prevaleceu, no final das contas, a vontade do poderoso mercado, um terreno completamente dominado pela burguesia, onde a classe trabalhadora praticamente não tem vez e é impiedosamente espancada em tempos críticos como o que estavamos viveno.
Especulação
A estatal deve começar a cobrar os novos valores nas refinarias na sexta, mas muitos proprietários de postos de gasolina, ávidos por lucros, se adiantaram e nesta quinta-feira (10) motoristas já pagaram mais caro pelo combustível.
A alta do gás de cozinha, gasolina e óleo diesel não é inevitável. Decorre de uma política de preços da Petrobras, atrelada ao dólar, imposta ao país em 2016 pelo golpe de Estado de 2016, que conduziu Michel Temer à Presidência. Depois, foi mantida pela dupla Bolsonaro/Paulo Guedes.
Trata-se de uma orientação, inspirada no neoliberalismo, ditada pelos interesses de acionistas privadas, principalmente estadunidenses, que confrontam os interesses maiores da nação e do povo brasileiro.
A insatisfação popular com os efeitos desastrosos da carestia provocada pela inflação dos combustíveis é notória e recorrentemente se manifesta em atos de protestos. Foi o caso da greve dos caminhoneiros em 2018 e de mobilizações mais recentes, embora não tão contundentes, da categoria.
Em 2021, a gasolina acumulou alta de 47%, o diesel de 46% e o gás de botijão de 37%, bem acima do aumento de 10% da inflação em geral, segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
A alta cavalar anunciada nesta quinta (10) vai jogar muita gasolina sobre o fogo da inflação. Os mais pobres pagam sempre um preço maior pela depreciação do valor do real. Em fevereiro, o custo do conjunto dos alimentos básicos aumentou em todas as capitais onde o Dieese realiza mensalmente a Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos.
As altas mais expressivas ocorreram em Porto Alegre (3,40%), Campo Grande (2,78%), Goiânia (2,59%) e Curitiba (2,57%). Em São Paulo, a cesta já custa R$ 715,65. Com isto, o valor do sal´ário mínimo necessário para cumprir os requisitos descritos na Constituição subiu a R$ 6.012,18, quase cinco vezes mais que o valor real definido pelo governo Bolsonaro, que aboliu a política de valorização do salário mínimo.
O quadro vai piorar com a escassez de fertilizantes, que têm um peso relevante na composição do preço dos alimentos. Em outubro o povo há de dar o troco derrotando o governo da extrema direita, que tem grande responsabilidade pelo drama econômico e social que infelicita o país.
Fonte:CTB-Nacional