Pesquisa da Unifesp mostra agravamento da desigualdade na pandemia: população de rua cresce e renda desaba

Pesquisa da Unifesp mostra agravamento da desigualdade na pandemia: população de rua cresce e renda desaba
Foto: @flairerodrigo

Coronavírus CTB Geral 16/02/2022

 Pouco ou nada se publicou a respeito da pesquisa “Desigualdades e Vulnerabilidades na Epidemia de Covid-19”, coordenada pela professora Lumena Furtado, chefe do Laboratório de Saúde Coletiva da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). O estudo abrangeu bairros de classes baixa e média da Região Metropolitana de São Paulo e revela aprofundamento da vala social que alija de uma vida digna boa parcela da população.

Em 2021, a população de rua era composta 63,7% por pretos e pardos, consideradas as regiões pesquisas na Capital (Heliópolis, Cracolândia, Zona Leste e Vila Mariana) e em Diadema, Osasco, Guarulhos e Baixada (bairros do Saboó e Alemoa). A pandemia reduziu a renda de 87,9% dessa população e 9% ficaram sem nenhuma renda, mostra a pesquisa.

Eis um trecho analítico do estudo: “Alguns arranjos familiares trazem ainda mais complexidade para esse momento de ampliação da falta de renda. Crianças com excesso de atividades, falta de internet, todos usando celular, levou muitas mães a fazerem um plano de internet dentro de casa, mesmo sem condições financeiras de sustentá-lo. No Esplanada, em Guarulhos, mães solo, com seus maridos presos, juntam-se e se organizam para enviar alimentos e produtos de higiene para eles, situação que gera um sofrimento adicional, ampliado pelo correio ter ficado mais caro, pelo peso do que precisam enviar e não poderem ir/visitar. Isto amplia a necessidade de fazerem mais bicos para conseguir renda suficiente para essas ações”.

Também a violência de gênero aumentou durante a pandemia, acarretando entre outros problemas prejuízos à saúde mental das mulheres. Não há notícia de incremento do serviço de atenção psicológica nas redes públicas de saúde, o que seria obrigatório face às graves consequências do período de isolamento social.

 

Fonte:247