Pelo fim da violência contra as mulheres, Bolsonaro nunca mais

Pelo fim da violência contra as mulheres, Bolsonaro nunca mais

Geral CTB Geral 19/11/2021

A secretaria da Mulher Trabalhadora da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB) se reuniu virtualmente na quarta-feira (17) para combinar a atuação das cetebistas em todas as manifestações programadas para empoderar a luta pelos direitos de todas as pessoas a uma vida digna.

“Estaremos nas redes e nas ruas fortalecendo a luta da mulher trabalhadora por paridade de gênero no movimento sindical e nos movimentos sociais”, afirma Celina Arêas, secretária da Mulher Trabalhadora da CTB.

Para tanto, “programamos a nossa participação nas marchas da consciência negra em todo o país com o lema “Fora Bolsonaro Racista”, já que “são as mulheres negras as que mais sofrem com os direitos atacados por este desgoverno” que é “destruidor de sonhos e vidas”.

A argumentação da sindicalista se confirma com os altos índices de assassinatos de jovens pretos nas periferias. Um negro tem quase 3 vezes mais possibilidade de ser morto do que um branco. Além disso, “os salários são menores e há poucas negras e negros em cargos de chefia”, analisa Lucimara da Silva Cruz, secretária de Promoção da Igualdade Racial da CTB.

Pesquisa da Associação Brasileira de Organizações Não Governamentais (Abong) mostra que 59,25% das pessoas estavam em cargos de diretoria eram brancas, enquanto 25,07%, negras. Em cargos de gerência a situação praticamente se mantém com 59,27% de pessoas brancas e 27,6% de negras.

“Historicamente as mulheres negras estão em situação ainda pior, ganhando em média menos da metade do que os homens brancos”, acentua Lucimara. Por isso, no Brasil, reforça Celina, “começamos a campanha de ativismo pelo fim da violência contra as mulheres no Dia da Consciência Negra (20 de novembro)”, aliando “a nossa luta por equidade de gênero e o movimento antirracista” e neste ano “somamos à Campanha Nacional Fora Bolsonaro”.

De acordo com Celina, as mulheres da CTB sabem da imensa responsabilidade de intensificar os movimentos contra a violência de gênero, que “cresce assustadoramente no país”. A começar pelo mercado de trabalho onde “as mulheres são as primeiras a serem demitidas e as últimas a se realocarem”, garante.

Pesquisa do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) aponta que no terceiro trimestre de 2020 apenas 45,8% das mulheres estavam empregadas, 7,5 pontos percentuais a menos do que em 2019, quando 53,3% das mulheres estavam trabalhando. Já de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), as mulheres ganhavam, em média, 77,7% do salário pago aos homens.

E como a situação se deteriorou no desgoverno de Jair Bolsonaro, as mulheres promovem a manifestação “Bolsonaro Nunca Mais”, no sábado (4 de dezembro) para reafirmar “a luta das mulheres por igualdade de direitos para todas as pessoas”, analisa.

Thaisa Daiane da Silva, secretária-geral da Confederação Nacional dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares (Contag), explica que a vida das agricultoras familiares tem piorado muito com a diminuição das verbas e créditos destinados à agricultura familiar.

“As mulheres trabalham duro na roça e nos afazeres domésticos e vêm crescer a dificuldade de manter uma produção sustentável, cuidar de casa e de si mesmas”.

Os dados da Abong confirmam o que ela diz porque as mulheres dedicam semanalmente 21,4 horas aos trabalhos domésticos, quase o dobro das 11 horas dedicadas pelos homens aos trabalhos de casa. Isso na cidade e no campo.

Celina destaca a importância da campanha dos 21 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência Contra as Mulheres, que no mundo são 16 Dias, porque “a violência doméstica cresceu terrivelmente durante a pandemia” como mostra pesquisa feita pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública. Segundo a pesquisa, uma em cada quatro mulheres sofreu algum tipo de violência em 2020.

“As mulheres continuarão nas redes e nas ruas intensificando as campanhas por seus direitos e contra a violência, o racismo, o assédio moral e sexual”, garante Celina.

“A CTB entende que o movimento sindical é parte importantíssima nessa luta que levaremos adiante de todas as maneiras possíveis para derrotar Bolsonaro” e com isso “reconstruir o Brasil para as brasileiras e brasileiros”.

 

Fonte: CTB-Nacional