Bolsonaro gastou mais de R$ 2,3 mi em férias, em plena pandemia; quem pagou a conta foi o povo

Bolsonaro gastou mais de R$ 2,3 mi em férias, em plena pandemia; quem pagou a conta foi o povo
Bolsonaro curtindo férias em Guarujá (SP), em dezembro. Foto: Reprodução - Facebook

Coronavírus CTB Geral 05/04/2021

Isto apenas demonstra que Bolsonaro, além de não demonstrar nenhuma empatia pelo povo em momento de grande aflição é um hipócrita. Fala em austeridade, em economia, e é perdulário com o dinheiro do povo

Entre dezembro e janeiro, presidente, família e comitiva passearam pelo litoral de São Paulo e Santa Catarina, consumindo milhões de dinheiro público em transporte, diárias e entretenimento.

O deputado Elias Vaz (PSB-GO) vai pedir investigação ao TCU. Entre o discurso de austeridade e a prática, ficou apenas o discurso. E não foi a primeira vez.

O presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, gastou mais de R$ 2,3 milhões em férias no litoral do país, entre dezembro e janeiro, em plena pandemia, informou o deputado federal do PSB.

Os documentos que comprovam os gastos entre 18 de dezembro e 5 de janeiro últimos, foram enviados ao deputado pelos ministros do GSI (Gabinete de Segurança Institucional), general Augusto Heleno, e da Secretaria-Geral da Presidência, Onyx Lorenzoni, atendendo a pedido de informação oficial pelo parlamentar.

Os dados foram posteriormente encaminhados por Vaz à imprensa e partilhados nas redes sociais. O deputado de Goiás classificou os valores gastos pelo presidente da República e sua comitiva, em plena pandemia da Covid-19, como “um tapa na cara do brasileiro”.

Os dados incluem somente o primeiro período de férias de Bolsonaro no Estado de Santa Catarina, quando ele se hospedou no Forte Marechal Luz, em São Francisco do Sul, de 19 a 23 de dezembro, depois de sobrevoar áreas atingidas pela enxurrada no Alto Vale. Em São Paulo, no Guarujá, ele permaneceu de 28 a dezembro a 4 de janeiro. Não entraram na conta as despesas do presidente no feriadão de Carnaval, que ele também passou em Santa Catarina.

“Eles só colocaram o valor global. Tem o gasto aéreo, que é de 185 mil dólares, o do pessoal de segurança, e o cartão corporativo dele, que é R$ 1.196.000. Onde daria para discriminar era no cartão corporativo, mas eles alegam que só podem fornecer o valor. Eu estou discutindo isso na Justiça.”

FÉRIAS CARAS E INOPORTUNA

Nessas férias, Bolsonaro passeou pelas regiões litorais de São Paulo e de Santa Catarina.

De acordo com as informações da Secretaria-Geral da Presidência, foram gastos R$ 1,19 milhão em despesas com a hospedagem do mandatário, sua família, convidados e toda a equipe de profissionais, incluindo alimentação e bebidas para todos, entretenimento e locomoção terrestre ou aquática.

No total, em 18 dias de férias, foram gastos por dia, pelo presidente e seus convivas, R$ 127.777,79.

“ENQUANTO FALTA COMIDA NO PRATO DOS CIDADÃOS”

Por sua vez, o GSI, responsável pela segurança presidencial, registrou R$ 1 milhão para transporte em aeronaves da FAB (Força Aérea Brasileira) para eventos privados de Bolsonaro neste período, somando manutenção e combustível.

Em sua declaração, a pasta frisou que esses gastos estão previstos no orçamento anual da Aeronáutica. Foram também calculadas despesas de R$ 202 mil em passagens aéreas e diárias de integrantes da Secretaria de Segurança e Coordenação Presidencial.

“Em um período de pandemia, em que o mundo tinha começado a vacinar e o Brasil ainda não, estávamos chegando a quase 200 mil mortos, estava acabando o auxílio emergencial, e o presidente tirou férias e gastou um dinheirão, dinheiro público. Isso daria para atender 8 mil famílias com auxílio emergencial de R$ 300”, afirmou o deputado.

“Numa situação normal, esse gasto já seria um absurdo. Agora, numa situação onde [em que] nós tínhamos quase 200 mil mortes [devido à Covid-19] naquele período, o fim do auxílio de emergência e a alegada falta de recursos… Nós tínhamos, bem claramente, uma crise sanitária e econômica, e ele sai de férias. Já não é uma situação compreensível o presidente sair de férias num momento desse, e ainda gastou esse dinheiro. É uma afronta ao povo brasileiro”, disse Elias Vaz.

INVESTIGAÇÃO DO TCU

O deputado informou que vai pedir ao TCU (Tribunal de Contas da União) que investigue os gastos do chefe de Estado: “Quando o Brasil registrava quase 200 mil mortes, o presidente torrava o dinheiro do povo com passeios. Enquanto isso, falta comida no prato de milhares de cidadãos atingidos em cheio pela crise.”

Atravessando o momento mais crítico na pandemia, o Brasil computou na quinta-feira (1º), quase 3.800 óbitos por Covid-19 em 24 horas, totalizando assim 325.284 mortes nos 12.839.844 diagnósticos de infecção desde o primeiro caso registrado no País, há cerca de 13 meses.

As mortes em virtude da Covid-19 chegaram a 328.206, na sexta-feira (2). Nas últimas 24 horas, foram registradas 2.922 mortes. Entre quinta e sexta-feira foram 70.238 novos diagnósticos positivos. No total, 12,9 milhões de pessoas foram contaminadas pela Covid-19 no Brasil. Dessas, 11,2 milhões se recuperaram.

Com agências de notícias