O anúncio do bloco composto de 11 legendas (PT, PSL, MDB, PSB, PSDB, DEM, PDT, Cidadania, PV, PCdoB e Rede) liderado pelo presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), de que será lançado um candidato à sua sucessão para enfrentar o ungido pelo bolsonarismo, Arthur Lira (PP-AL), tem grande relevância. Caberá ao presidente daquela casa legislativa conduzir a pauta de assuntos fundamentais para o povo e para país, num momento em que as perspectivas são de agravamento das crises econômica e sanitária.
Criar barreiras contra a agenda do governo Bolsonaro é o grande desafio para a próxima legislatura. O presidente da República segue com sua pregação genocida, intensificando seu negacionismo em relação à Covid-19 e manifestando sua indiferença com os efeitos da economia sem perspectiva de retomada. A Câmara dos Deputados terá grandes responsabilidades para enfrentar e derrotar essa agenda nefasta de Bolsonaro, ao mesmo tempo em que precisará imediatamente tomar iniciativas no sentido de dar esperanças de que algo será feito para amenizar a tragédia social que castiga o país.
Como ressaltou Maia, o grupo se diferencia “daqueles que não suportam viver no marco das leis e das instituições e que não suportam o contraditório”. “Nós nos fortalecemos nas divergências, no respeito, na civilidade e nas regras do jogo democrático”, afirmou.
De acordo com um documento do bloco anunciando a iniciativa, a Câmara dos Deputados ganhou relevância nos últimos dois anos porque tornou-se a fortaleza da democracia no Brasil, o território da liberdade, exemplo de respeito e empatia com milhões de cidadãos brasileiros. “Porque, enquanto alguns buscam corroer e lutam para fechar nossas instituições, nós aqui lutamos para valorizá-las. Enquanto uns cultivam o sonho torpe do autoritarismo, nós fazemos a vigília da liberdade. Enquanto uns se encontram nas trevas, nós celebramos a luz”, afirma.
Nessa composição, os partidos de esquerda (PT, PCdoB, PSB e PDT) terão condições mais propícias para organizar a resistência à agenda ultraliberal e neocolonial, conforme detalhou o deputado Orlando Silva (PCdoB-SP). Ele enfatizou, apropriadamente, que Bolsonaro é um falso nacionalista, um bravateiro que alardeia a defesa do Brasil, mas não tem compromisso com os brasileiros, além de ser um risco para a democracia.
O presidente não hesitou em atacar as instituições, como o parlamento e o Supremo Tribunal Federal (STF), comportando-se como o símbolo do fascismo e do autoritarismo. O deputado comunista também sublinhou que a oposição tem que ter lado – o da democracia. E observou que a Câmara dos Deputados não pode ser um puxadinho do Palácio do Planalto.
O deputado comunista alertou que a construção de um movimento mais amplo da oposição e partidos com profundas diferenças entre si tem como ponto fundamental a defesa da democracia. Nessa unidade, certamente haverá lutas contra a agenda econômica hegemônica na Câmara dos Deputados. Mas o essencial, nesse momento, é a defesa da democracia, a união para enfrentar o inimigo maior da nação e do povo, que se chama Jair Bolsonaro.
Fonte:Portal Vermelho