Entregadores de aplicativos realizam novo Breque dos Apps dia 25 de julho por melhoria nas condições de trabalho
A Central de Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB) apoia e se solidariza com o movimento dos trabalhadores e trabalhadoras que fazem entregas através de aplicativos. Neste sábado (25) haverá nova greve dos entregadores por melhores condições de trabalho. O movimento ficou conhecido como Breque dos Apps e registrou no dia 1º de julho atos em quinze cidades, dentre elas as capitais São Paulo, Rio de Janeiro, Salvador, Fortaleza, Belo Horizonte e Belém do Pará.
“Essa categoria é uma das mais exploradas, o que é resultado da investida sem limites do capital sobre o trabalho e do aumento do desemprego no nosso país. A orientação é que os dirigentes das CTB nos Estados conversem com esses companheiros para organizar e criar sindicatos desta profissão no Brasil inteiro. É uma categoria que em pouco tempo vai ser uma das maiores categorias de trabalhadores e trabalhadoras do Brasil”, disse Wagner Gomes, secretário geral da CTB.
Na opinião do dirigente, a primeira greve no dia 1º de julho foi vitoriosa porque contou com o apoio da população que se solidarizou com os trabalhadores e trabalhadoras. “Com uma organização maior a tendências é que eles conquistem melhoria nas condições de trabalho. Essa categoria tem sido essencial para a manutenção do isolamento social durante a pandemia”.
O Breque dos Apps reivindica a definição de uma taxa mínima de corrida maior do que a dos valores atuais e o fim do sistema de pontuação e suspensão imediata dos bloqueios sem justificativa (quando o entregador ou entregadora é bloqueado ou bloqueada fica algumas horas sem receber chamado).
Uma boa parte destes trabalhadores e trabalhadoras prestam serviços para iFood, Rappi e Uber Eats. O trabalho, que é considerado serviço essencial, acontece em uma realidade sem nenhuma proteção trabalhista ou que garanta um seguro contra acidentes ou contra a exposição ao coronavírus. Outras reivindicações dos entregadores e entregadoras é a distribuição regular e contínua de máscaras e álcool em gel e também o pagamento de uma licença em caso de afastamento por coronavírus. A categoria denuncia que muitos foram bloqueados ao comunicar à empresa que estavam com o coronavírus.
Estudo da Unicamp, Ministério Público do Trabalho e Universidade Federal do Paraná apontou que durante a pandemia houve aumento da jornada dos entregadores e entregadoras e redução dos rendimentos de 58,9% daqueles que foram entrevistados. De acordo com o estudo, aumentou em 100% o número daqueles que ganham menos de 260 reais por semana. Quem tinha um rendimento maior que 650 reais semanais também teve perdas: Houve redução de 35,9% para 14,8% dos que se encontravam nesta faixa de rendimentos.
Via :CTB-Nacional