Bolsonaro admite prorrogar renda emergencial por dois meses, mas quer reduzir valor à metade
Diante da persistência da pandemia, que ele próprio ajuda a disseminar, o governo Bolsonaro já admite a necessidade de prorrogar a vigência do auxílio emergência atribuído às pessoas que perderam o emprego e a renda no mercado formal e informal do trabalho.
Mas o presidente quer reduzir em 50% o valor da ajuda (R$ 600,00), que já é notoriamente insuficiente para fazer frente às despesas mínimas do povo que depende do auxílio.
O governo fala em conceder mais duas parcelas mensais no valor de R$ 300,00. Lembremos que quando a questão do auxílio se colocou pela primeira vez após a confirmação das primeiras mortes pelo coronavírus no Brasil, o ministro da Economia, Paulo Guedes, queria fixar em apenas R$ 200,00 mensais o valor.
Dinheiro não falta
O tema foi debatido no Congresso Nacional, que consultou as centrais sindicais e representantes da sociedade civil e acabou aprovando uma ajuda de R$ 600,00 per capita por mês, valor que pode alcançar R$ 1200,00 no caso, por exemplo, de um casal em que marido e esposa tenham necessidade.
Agora, quando se constata a necessidade de prorrogação por causa do agravamento da crise sanitária – que deve ser debitada na conta do senhor Jair Bolsonaro – o governo volta a acenar com um valor insuficiente para cobrir as necessidades mínimas daqueles que perderam a fonte de renda e ficaram ao deus dará.
Presidente da CTB defende emissão de dinheiro para enfrentar a crise
Para o presidente da CTB, Adilson Araújo, “a hipótese de redução do valor da renda emergencial não era para estar sendo cogitada neste momento de agruras. As autoridades deviam estar preocupadas em ampliar a abrangência do benefício, que não chega a dezenas de milhões de pessoas carentes cadastradas ou não na CEF”.
Na opinião do sindicalista “o problema não é falta de recursos. O governo tem meios e pode imprimir dinheiro sem custo, o que com o mercado interno deprimido não traz risco de inflação. É fundamental também investir em infraestrutura, sobretudo sanitária, com construção de hospitais, ampliação da rede de saneamento e reconversão da indústria com vistas ao combate da pandemia. Com isto, além de conter o avanço da doença vamos amenizar a recessão, criar empregos e abrir caminho à recuperação da economia”, afirmou.
Com os banqueiros a conversa é outra
A deplorável avareza com os pobres é justificada com o surrado argumento de que o Estado deve conter os gastos. Mas como explicar a liberação de mais de 1 trilhão de reais para os banqueiros? Bolsonaro também subtraiu dinheiro destinado pelo Congresso ao combate à Covid-19 nos estados e municípios para dar aos bancos e gastar em publicidade e Fake News.
O que de fato orienta as preferências do atual governo é o ódio à classe trabalhadora e a completa subordinação aos grandes capitalistas, em especial banqueiros e rentistas, espécies das quais Paulo Guedes é um exemplar.
Outra ideia da equipe econômica contra a classe trabalhadora é a de permitir a demissão sem justa causa de até 50% dos funcionários de empresas que aderirem ao programa de financiamento dos salários instituído pela MP 944, que previa estabilidade de 100% nas firmas beneficiadas pelo crédito durante a pandemia.
A iniciativa vai agravar o drama do desemprego, que já é assustador e vai piorar, atingindo índices inéditos no país. A desocupação realimenta a recessão e dificulta a recuperação da economia na medida em que enfraquece ainda mais a demanda e o mercado interno.
Via: CTB-Nacional