Preocupados com os rumos do mundo do trabalho que se enfraquece por conta das crises, a CTB, Central de Cooperativas e Empreendimentos Solidários (UNISOL), CUT, Departamento Intersindical de Estatística Estudo Sócio Econômico (DIEESE) e a Secretaria de Trabalho Emprego Renda e Esporte do Governo do Estado da Bahia (SETRE ), estiveram reunidos segunda-feira (28/10), na sede do DIEESE e elegeram a Economia Solidária como mecanismo para garantir trabalho, renda e para possibilitar que os trabalhadores possam compreender os mecanismos de funcionamento dos meios de produção.
Hoje, o Brasil conta com mais de 30 mil empreendimentos solidários, em vários setores da economia, com destaque para a Agricultuta Familiar. Eles geram renda para mais de 2 milhões de pessoas e movimentam anualmente cerca de 12 bilhões de reais.
Apesar do nome ter sido criado no Brasil, Economia Solidária é um movimento que ocorre no mundo todo e diz respeito a produção, consumo e distribuição de riqueza com foco na valorização do ser humano. A sua base são os empreendimentos coletivos (associação, cooperativa, grupo informal e sociedade mercantil).
Economia solidária é toda iniciativa que une pessoas em torno de um projeto, cada uma contribuindo com suas capacidades e habilidades, seja produção ou administração. Mas é também uma alternativa ao sistema capitalista que explora economicamente a mão de obra.
Para a secretária de Políticas Sociais da CTB-Bahia Flora Brioschi, o Brasil passa por dificuldades e a Economia Solidária se torna uma alternativa viável “Em tempos de desemprego e recessão, a economia solidária se mostra como caminho para geração de trabalho e renda, e de alternativas de desenvolvimento. Precisamos falar sobre isso!”.
Um dos principais pontos debatidos na reunião foi o desafio para lidar com as novas formas de trabalho, como os informais ou por conta própria como os ambulantes que produzem o que vendem, as massas falidas e até mesmo os trabalhadores que dependem de plataformas digitais como o Uber.
As centrais sindicais (CUT e CTB) avaliam que é necessário e urgente ‘juntar’ os atores, Economia Solidária e sindicalistas, cada um com suas experiências, para que possam ‘se conhecer’ e citaram exemplos de empresas, nos anos 1990, que quebraram e foram assumidas pelos trabalhadores – as chamadas empresas recuperadas.
A UNISOL falou sobre sua origem e história: há 10 anos atua representando e assessorando empreendimentos econômicos solidários na luta pelo trabalho decente e na melhoria das condições de vida.
Segundo Anne Sena, tesoureira da UNISOL Brasil, É importante priorizar o diálogo, a transparência e, sobretudo, contribuir para o fortalecimento da democracia e o desenvolvimento sustentável. “Temos projetos em parceria com instituições nacionais e internacionais temos ampliado a cada ano e contribuído na constituição de um mundo justo e solidário. Também estamos representados nos 27 estados nacionais e contempla atualmente um total de 10 setoriais, são eles: metalurgia/polímeros, alimentação, construção civil/habitação, confecção e têxtil, cooperativas sociais, reciclagem, artesanato, agricultura familiar, apicultura e fruticultura. Participamos de conselhos, conferências e através da construção de projetos de leis incentivamos e apoiamos à organização de trabalhadores, especialmente na agregação de valor, aumento da renda e melhora da qualidade de vida.”
É preciso, antes de tudo, difundir conhecimento, de forma solidária e reforçar a “economia do conhecimento” para que as transformações em curso no mundo do trabalho – em todos os setores – possam ser enfrentadas.