Por: Flora Brioschi
A data foi escolhida porque, em 17 de maio de 1990, a Organização Mundial da Saúde (OMS) excluiu a homossexualidade da Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados com a Saúde (CID). Ficou reconhecido que este comportamento é apenas um traço da personalidade, não um distúrbio da mente. O dia não marca apenas a luta dos homossexuais, mas também dos transgêneros, travestis e bissexuais. Apesar de todos os avanços alcançados nos direitos dos LGBTQI+, a data não é uma comemoração – serve para a conscientização.
Entre os países que realizam levantamentos do tipo, o Brasil é o país que mais mata pessoas por homofobia e transfobia. Foram 445 mortos em crimes motivados por ódio e discriminação no ano passado, segundo estudo do Grupo Gay da Bahia (GGB). Essa pesquisa se baseia principalmente em informações veiculadas pelos meios de comunicação. O fenômeno pode ser ainda maior, uma vez que muitos casos não chegam à mídia.
Segundo dados do Grupo Gay da Bahia, a cada 19 horas, uma pessoa LGBTQI+ é assassinada no Brasil. A cada duas horas, acontece uma agressão. Nesse contexto, a expectativa de vida das pessoas trans é de 35 anos. O Congresso Nacional Brasileiro não aprova leis protetivas para a população LGBTQI+ há 31 anos, desde a Constituição de 1988.
Se dermos uma olhadinha bem criteriosa nos números de empregabilidade apontados por algumas pesquisas, vamos nos sentir um pouco perdidos no tempo. O retrocesso atinge em cheio a questão da inclusão LGBTQI+ no mercado de trabalho, e é justamente para virar essa mesa que precisamos falar (e muito) sobre o assunto.
Dois estudos recentes, mostram que as falhas nessa matrix do mercado de trabalho acontecem com mais frequência do que deveriam – e, por outro lado, fazem com que cada vez mais pessoas tenham a tendência de esconder sua opção sexual por medo de perder o emprego.
Mas como pode o mercado de trabalho ser, ainda, tão hostil com a inclusão LGBTs em diversas frentes se, nas redes sociais, a maioria dos seus amigos publicam textões em prol da causa LGBTQI+ e colocam filtros nas fotos que propagam a diversidade? Mesmo que seja impossível saber a real proporção entre uma coisa e outra, a resposta vai ser a mesma, com a mesma simplicidade de sempre: preconceito.
Não há, na ciência, nenhum estudo que comprove que uma pessoa homossexual é menos capaz do que uma heterossexual em desenvolver alguma tarefa.
E a CTB seus Princípios e Objetivos reafirma o combate a discriminação, não aceitamos os preconceitos, as discriminações e as intolerâncias, seja de cor, raça, etnia credo, origem, geração, classe social, gênero ou orientação sexual.
Lutamos com vigor por uma sociedade totalmente livre do machismo, da dominação de classe, do racismo e da HOMOFOBIA, males estimulados pelo capitalismo que maculam e enfraquecem os ideais de igualdade e justiça social na sociedade brasileira.
Flora Brioschi é Sec. de Políticas Sociais da CTB e dirigente da FETIM.