Trabalhadores protestam contra autonomia do Banco Central

Geral CTB Geral 02/10/2014

Trabalhadores de diversos segmentos se uniram aos bancários na manhã desta quinta-feira (2/10), em Salvador, para protestar contra a proposta de autonomia do Banco Central, defendida por alguns candidatos à Presidência da República. A manifestação, organizada pelo Sindicato dos Bancários e a CTB Bahia, foi realizada em frente à sede da entidade, na Garibaldi.

O protesto é parte de uma mobilização nacional dos bancários que estão em greve desde o dia 30 de setembro. “Nossa luta não é apenas por salários, mas por dignidade no trabalho, contra o assédio moral, por mais investimentos em segurança, por menos juros, mais contratações e um atendimento de qualidade para a população. E a luta contra a autonomia do Banco Central tem tudo a ver com isso, pois os bancários conhecem de perto o poder nefasto dos bancos. Por isso, estamos aqui para alertar sobre a ameaça de entregar o controle da economia do país para os banqueiros, como querem alguns candidatos”, ressaltou o presidente do Sindicato dos Bancários da Bahia, Augusto Vasconcelos.

Para o presidente da CTB Bahia, Aurino Pedreira, é preciso esclarecer a população sobre o que está em jogo quando se fala em dar autonomia ao Banco Central e de como isso influencia diretamente na vida de todo mundo. “Este não é um debate novo, mas que voltou com força total agora, em uma tentativa da grande mídia de legitimar a criação de um quarto Poder no Brasil, além do Executivo, Legislativo e Judiciário, que decidirá, por exemplo, se os bancos públicos devem investir no desenvolvimento do país ou para atender os interesses do mercado financeiro. Este também será o poder que vai regular a atuação dos bancos privados e por isso mesmo precisa continuar nas mãos daqueles que são eleitos pelo povo e não os escolhidos pelo mercado”.

O evento contou com a participação do  Sindicato dos Metalúrgicos, do Sintracom, Sindbebi, Unegro, UNE e UJS, além de bancários dos bancos públicos e privados. “Esta não é uma luta apenas dos bancários, mas da classe trabalhadora, que precisa se unir contra esta tentativa de retrocesso em nosso país. Esta é uma luta que passa pelo processo eleitoral e interfere diretamente no desenvolvimento do país”, concluiu o presidente da Federação dos Bancários da Bahia e Sergipe, Emanoel Souza.