PASCOAL CARNEIRO: 2018 foi o ano de ‘Pé na estrada’ para CTB Bahia

PASCOAL CARNEIRO: 2018 foi o ano de ‘Pé na estrada’ para CTB Bahia

Geral CTB Geral 29/01/2019

O ano de 2018 foi um ano de muita luta para os trabalhadores. O presidente da CTB Bahia, Pascoal Carneiro conta um pouco sobre essas lutas enfrentadas pelos trabalhadores, sindicatos e centrais sindicais, mas também fala das conquistas do ano de 2018, seu mandato a frente da CTB que é considerado como ‘Pé na estrada’. Confiram a entrevista.

 

QUAIS OS PRINCIPAIS DESAFIOS ENFRENTADOS PELOS TRABALHADORES NO ANO DE 2018?

 

Pascoal Carneiro - Os principais desafios foram à terceirização votada no congresso nacional, que passou a ter terceirização desenfreada no país, diminuiu muito o número de trabalhadores com carteira assinada, com isso conseqüentemente teve trabalho mais precário para os trabalhadores. O segundo desafio enfrentado pelos trabalhadores no ano de 2018 foi a reforma da CLT, que acabou com a nossa velha e boa CLT, isso dificultou muito para os trabalhadores e enfraqueceu a luta dos sindicatos com o fim da contribuição sindical, então isso foi uma dificuldade muito grande.

 

E PARA O MOVIMENTO SINDICAL, QUAIS FORAM ÀS DIFICULDADES?

 

Pascoal Carneiro - Para o movimento sindical vem de todas as conseqüências que foram citadas, a terceirização; a reforma trabalhista e o fim da contribuição sindical obrigatória enfraqueceram o movimento sindical, pois retirou recursos e fundos dos sindicatos e sem recurso não tem como o sindicato fazer mobilizações, foi um ano que as centrais sindicais tiveram que fazer muitos atos de protesto e conseqüentemente acabaram todos os recursos dos sindicatos e isso dificultou e muito para o movimento sindical fazer a luta dos trabalhadores.

 

COMO VOCÊ AVALIA A SUA GESTÃO A FRENTE DA CTB BAHIA NO ANO DE 2018?

Pascoal Carneiro - No ano de 2018 foi o meu primeiro ano de gestão á frente da CTB Bahia, e quando eu assumir já não tinha mais a contribuição sindical, e eu assumir a CTB com uma carga muito grande de dividas financeiras chegando a quase 1 milhão de reais, com dividas de longos anos com a prefeitura; com o INSS; com a Receita Federal; com FGTS e entre outras, nessa gestão o ano de 2018 eu tive que passar negociando essas dividas pois parte delas já tinham ido para ser julgadas na justiça, já estava inclusive para a PF vim aqui penhorar a nossa sede, a nossa sede não tinha escritura, doze anos sem pagar IPTU, a gente corria o risco de perde-la, então eu tive que fazer todo o processo de reorganização dessas dividas, como eram muitas isso levou muito tempo, mas mesmo assim nós não esquecemos as lutas, realizamos vários atos de protestos, o 1º de maio de 2018 foi um dos maiores que fizemos na história aqui na Bahia,  e a CTB foi a protagonista desse primeiro de maio, nós unificamos todas a centrais sindicais e além disso nós demos asas ao trabalho das CTB Regionais, nós estruturamos, realizamos visitas e estamos acompanhando  de perto, fazendo reunião de formação fazendo com que as regionais ganhassem um impulso, com isso tem região hoje que somos predominante a CTB, é o caso de Juazeiro e  Irecê que são regionais muito fortes  e quase 100% dos sindicatos são filiados a CTB, por tanto foi um trabalho muito grande a frente da CTB em 2018, reestruturamos dividas; organizamos as regionais; enxugamos as maquinas; fizemos a luta foi um grande êxito para nós.

 

O QUE VOCÊ DESTACARIA PARA A CTB BAHIA COMO MAIS IMPORTANTE NO ANO DE 2018?

 

Pascoal Carneiro - Eu acho que o mais importante para a CTB em 2018 foi exatamente o crescimento da CTB nas regionais, nós crescemos muito, mantivemos nossos sindicatos, não perdemos nenhum deles, e com isso aumentamos a nossa presença nas regionais, por tanto o crescimento da CTB, filiação de novos sindicatos, organização das nossas regionais isso foi uma marca muito grande que fizemos nesse mandato no ano de 2018, foi chamado um pé na estrada que eu falei em minha posse, que a CTB seria pé na estrada, e em um ano de mandato conseguimos isso, por tanto eu acho que o mais importante as lutas que nós desenvolvemos, conseguimos barrar a reforma da previdência do governo Temer que queria aprovar de qualquer jeito, por tanto considero que barrar a reforma da previdência, estruturar a CTB nas regionais foi um grande feito do meu mandato na CTB em 2018.

 

 

COMO A CTB ESTÁ SE PREPARANDO PARA ENFRENTAR O GOVERNO DE JAIR BOLSONARO, QUE VEM DEMOSTRANDO DIVERSAS VEZES SER CONTRA OS DIREITOS TRABALHISTAS E O MOVIMENTO SINDICAL?

 

Nós vamos enfrentar esse governo com muita unidade, muita política e muita perseverança, o povo está meio anestesiado, esse governo tem 29 dias de mandato, não conseguimos ainda mostrar  ao povo os males desse governo, ele está trabalhando nos bastidores para apresentar a sociedade reformas que eles consideram importantes, que o povo não percebeu ainda que vai ser difícil para todos nós, portanto para enfrentar as reformas que ele está apresentando, tendo duas como principais; a reforma da previdência onde ele vai aumentar o tempo de contribuição vai fazer uma reforma diferente, por capitalização para atender o mercado e só o trabalhador vai pagar a previdência, ou seja vai ser muito ruim para os trabalhadores, e é muito difícil a gente explicar para o trabalhador no Brasil que é uma previdência solidaria e o que é uma previdência de capitalização isso nós vamos ter que fazer com muita maestria muita capacidade  e muito convencimento da sociedade e mostrar que todos esses dados que rede globo e os canais de comunicação mostram são mentirosas, a previdência não déficit, querer colocar a dificuldade do crescimento econômico sobre a previdência isso é uma mentira que nós vamos ter que desfazê-la, uma mentora contada várias vezes para você mostrar a verdade é muito complicado, mas nós vamos ter que fazer isso. Por tanto reforma da previdência vai ser uma batalha dura que nós vamos ter que enfrentar agora em 2019, outra batalha que eu considero que vai ser muito difícil é o problema da PEC 300, que ela liquida de vez os direitos dos trabalhadores vai acabar com a CLT e vai criar a tal carteira de trabalho verde e amarela, onde o trabalhador não vai ter direito algum, não vai ter direito a férias, a décimo terceiro, ao descanso semanal remunerado, e conseqüentemente não vai ter direito a aposentadoria por que a reforma da previdência já foi feita, segundo o que o governo Bolsonaro pensa fazer, nós vamos ter que mostrar todas as falcatruas desse governo e mostrar para a sociedade, as centrais sindicais já estão preparando reuniões para organizar nossas lutas unitárias.

O ano de 2019 vai ser um ano de nos organizamos para essa batalha, nossas lutas vão ser nas praças, nas ruas para que a nossa voz chegue até o parlamento para ver se a gente consegue fazer com que os deputados não apliquem uma legislação onde acaba com todos os direitos que cria só fortalecimento do capital, se não tiver união do capital e do trabalho não tem crescimento econômico e essa harmonia significa que trabalhador tem que ter seus direitos, é preciso muita unidade ara enfrentar esse governo.

 

CTB A LUTA É PRA VALER!