A CTB, junto com as demais centrais (CSB, CUT, Força Sindical, Nova Central e UGT), assina nota na qual condena o fim do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) e rebate as últimas declarações do presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL).
Os sindicalistas também criticam e rebatem a afirmação do presidente eleito, Jair Bolsonaro, de que é horrível ser patrão no Brasil por causa das leis trabalhistas.
Leia a íntegra abaixo:
A declaração do presidente eleito, Jair Bolsonaro, de que “é horrível ser patrão no Brasil” por causa dos direitos e conquistas da classe trabalhadores demonstra, além de desconhecimento, total desconsideração para com os trabalhadores e trabalhadoras do Brasil. É lamentável que num país com 13 milhões de desempregados, o presidente eleito faça tal declaração para agradar os empresários que financiaram e apoiaram sua eleição.
As centrais sindicais condenam a intenção de extinguir e esquartejar o Ministério do Trabalho, transferindo suas atribuições a três outros ministérios. A pasta foi criada em 1930 por Getúlio Vargas e cumpre um papel de grande relevância na sociedade. Vale lembrar que sua função é elaborar uma política de emprego e geração de renda, fiscalizar as relações de trabalho, coibir o trabalho degradante e a programação do trabalho infantil, gerir o seguro desemprego, promover a formação dos trabalhadores e zelar pela segurança e saúde no trabalho.
É preocupante o propósito de acabar com o Ministério do Trabalho. Seria um retrocesso político, com graves prejuízos aos trabalhadores da ativa, aposentados e pensionistas. A fiscalização contra trabalho análogo ao escravo e prevenção de acidentes serão desarticuladas, em detrimento dos interesses maiores da nossa sociedade, que não pode admitir tais práticas em no século 21. Os números já são alarmantes. As pessoas resgatadas do trabalho análogo ao escravo somam dezenas de milhares. Em 2015, tivemos o registro de 376 mil de casos de afastamento por acidente de trabalho.
O Brasil precisa de um Ministério do Trabalho forte, parceiro e protagonista na luta pela humanização das relações sociais de produção, contra a recessão e pela retomada do crescimento econômico do país, com respeito aos direitos sociais, previdenciários e trabalhistas da classe trabalhadora, geração de empregos decentes, distribuição de renda e inclusão social.
São Paulo 5 de dezembro de 2018
CTB – Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil
CSB – Central dos Sindicatos Brasileiros
CUT – Central Única dos Trabalhadores
FS – Força Sindical
UGT – União Geral dos Trabalhadores
NCST – Nova Central Sindical dos Trabalhadores