Cerca de 35 milhões de brasileiros trabalham hoje na informalidade, com empregos sem carteira assinada (11,5 milhões) ou trabalhando por conta própria (23,5 milhões).
As duas modalidades de trabalho batem recorde no Brasil, segundo dados do trimestre entre junho e setembro, da PNAD (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua), divulgados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
De acordo com o diretor técnico do Dieese, Clemente Ganz Lúcio, o Brasil tem hoje um mercado de trabalho em que predomina a informalidade, o que prejudica o financiamento da previdência pública e, principalmente, os próprios trabalhadores, que ficam sem nenhuma assistência.
"Ao não ter o registro, eles não têm os direitos previstos na legislação. Não têm o direito a 13º salário, férias, Previdência Social, afastamento na maternidade, afastamento por problemas de saúde. Não têm direito a nenhuma proteção que o estado brasileiro oferece aos trabalhadores", afirmou em entrevista à Rede Brasil Atual.
De acordo com a pesquisa, a população com trabalho aumentou em 1,5% (1,3 milhão de pessoas a mais) entre o segundo e o terceiro trimestre deste ano, chegando a 92,6 milhões de trabalhadores.
Já a taxa de desocupação caiu de 12,4% para 11,9%, queda de 3,7% (474 mil a menos), totalizando 12,5 milhões de desempregados.