Depois da pressão de movimentos sindicais e de parlamentares da Bahia e de Sergipe, o presidente da Petrobras, Pedro Parente, anunciou que irá adiar o fechamento da Fábrica de Fertilizantes Nitrogenados da Bahia (Fafen) para depois de 30 de junho.
O fechamento da unidade é algo gravíssimo e faz parte do plano do governo ilegítimo de Temer de desmontar as estatais brasileiras. Além disso, elimina mais de 700 empregos diretos na Bahia e Sergipe e causa impactos em toda cadeia produtiva do setor. O fechamento da fábrica beneficiaria diretamente o capital internacional e as multinacionais do setor, uma vez que o Brasil é um dos maiores consumidores de fertilizantes do mundo.
Sobre o desmonte da Petrobras, a venda de ativos das subsidiárias já é uma realidade. O processo de entrega começou com a venda das jazidas do pré-sal, quebrando a exclusividade da estatal, e a concentração da Petrobras será óleo e gás, não mais alimentando sua própria indústria. É uma visão colonizada e de entrega total das riquezas nacionais. Temos um Brasil exportador de commodities e retraído na construção da sua tecnologia.
FAFEN
A FAFEN-BA é uma unidade da Petrobras, a primeira fábrica do Polo Petroquímico de Camaçari. Conhecida como a “semente do Polo”, foi a primeira fábrica de ureia do Brasil e teve suas operações iniciadas em 1971. É responsável pela produção de 474 mil toneladas/ano de ureia, 474 mil toneladas/ano de amônia e 60 mil toneladas/ano de gás carbônico, tendo os dois primeiros importância fundamental no desenvolvimento da agricultura e da pecuária no Brasil.
Os produtos da Fábrica são utilizados como matéria-prima em outras empresas do Polo Petroquímico. A amônia é necessária para a produção da Oxiteno, Acrinor, Proquigel, IPC do Nordeste e PVC, todas essas empresas dependem diretamente da amônia. Já a ureia é utilizada na Heringer, Fertpar, Yara, Masaic, Cibrafertil, Usiquímica e Adubos Araguaia; o gás carbônico, na Carbonor, IPC e White Martins.
A CTB-BA repudia toda e qualquer tentativa de corte de empregos e ataque à indústria nacional. "Defendemos o crescimento econômico com valorização do trabalho e do trabalhador, é momento de apostar na indústria nacional no fortalecimento do mercado interno", afirmou o presidente da Central, Pascoal Carneiro.