A CTB-BA esteve presente, mais uma vez, na tradicional Mudança do Garcia, uma das mais importantes manifestações culturais e políticas do carnaval de Salvador, que existe há mais de 60 anos.
Junto com sindicatos filiados, a central protestou e levou suas bandeiras de luta à avenida. A indignação com as reformas trabalhista e da Previdência, além da rejeição total ao projeto neoliberal entreguista do ilegítimo Michel Temer, foram o ponto alto do desfile.
Os participantes também protestaram contra a violência que atinge as mulheres, a parcialidade da justiça brasileira, entre outros.
A CTB-BA entende que o carnval é um importante espaço de manifestação e protesto, que reúne uma quantidade imensa de pessoas e que, por isso, contribui para dar visibilidade às lutas e pautas da classe trabalhadora.
BRASIL
Um dos protestos mais contundentes do carnaval deste ano foi feito pela escola de samba Paraíso do Tuiuti, do Rio de Janeiro, que escancarou o golpe e denunciou a política neoliberal do governo Temer.
A escola desnudou a farsa do impeachment, suas manipulações, os “manifantoches” e mostrou na tela da Rede Globo como um país inteiro pode ser ludibriado pelos interesses de grandes grupos políticos e econômicos.
De forma geral, o carnaval de 2018 apresentou uma forte marca de politização, como há anos não se via. Dos desfiles na Marquês de Sapucaí aos milhares de blocos pelos quatro cantos do Brasil, foi comum os foliões entoarem palavras de ordem contra o presidente Temer e suas reformas regressivas, como a do trabalho e da Previdência. Foi também o carnaval que deu relevo a temas que tentam construir um país mais tolerante e garantidor dos direitos e das liberdades individuais.
Mais uma vez, durante a passagem do trio elétrico da banda Baiana System, em Salvador, a multidão gritou "Fora Temer".
Campanhas como “Não é não” chamaram a atenção para a necessidade de se combater o assédio contra mulheres. Mesmo que ainda exista, uma prática que era corriqueira em outros carnavais, como mulheres sendo literalmente laçadas e violentadas de todas as maneiras, foi mais combatida e vigiada. Os ataques homofóbicos também foram duramente combatidos por campanhas publicitárias e pelos blocos em geral.
Assim, o ambiente político conturbado que o Brasil vive refletiu no carnaval, que ganhou um viés político digno contundente. As ruas dos blocos são as mesmas ruas do Brasil real, que hoje não garante segurança para as pessoas, que abriga 13 milhões de desempregados, que sofre com a corrupção, que pena com o fim das políticas sociais, que entrega a soberania nacional, que retira direitos conquistados, que tenta roubar o futuro da nação.
* Com informações de O Vermelho