Inspiração para o Brasil: Argentina toma as ruas contra reforma da Previdência
Nesta quinta-feira (14/12), os trabalhadores e trabalhadoras argentin@s conseguiram, com muita luta e nas ruas, suspender a votação da reforma da Previdência proposta pelo presidente direitista, Maurício Macri, que resultará em perdas para a classe trabalhadora.
O Executivo tinha, no Congresso, votos suficientes para aprovar a medida, porém @s trabalhadores não se deram por vencidos e partiram para o contra-ataque, tomando as ruas e o Parlamento, contra a desvalorização das aposentadorias. Alguns deputados se juntaram à população, fortalecendo ainda mais o protesto.
A luta na vizinha Argentina deve servir de inspiração para @s trabalhadores brasileiros, que enfrentam, aqui, uma situação ainda pior, já que a reforma do presidente ilegítimo Michel Temer praticamente acaba com o direito à aposentadoria.
A CTB orienta a base a permanecer na luta e enfrentar esse governo que tem promovido inúmeros retrocessos para o país. É fundamental, como na Argentina, ocupar as ruas, porque sem esse tipo de pressão o movimento perde força e não ganha a visibilidade devida.
É necessário pressionar os parlamentares e cobrar deles coerência com o que quer a maioria da população. Todo o país sabe que a reforma da Previdência é rejeitada por 85% dos brasileir@s. Precisamos dizer isso a quem nos governa. Uma dessas formas, é tomando as ruas.
A classe trabalhadora deve se unir em defesa não apenas da aposentadoria, mas do direito de se aposentar; não somente pela sobrevivência na velhice, mas pelo direito a uma velhice com dignidade mínima.
A reforma de Temer é extremamente prejudicial ao país, porque empobrece os mais pobres, aumenta a desigualdade social, enfraquece ou anula os preceitos de solidariedade e bem-estar sociais que até hoje têm guiado a Previdência Pública brasileira.
Como uma central totalmente contrária às reformas do governo Temer, a CTB conclama @s trabalhadores a resistirem e lutarem.
Veja a matéria publicada pela CartaCapital sobre os protestos na Argentina.
Protestos interrompem votação de reforma da Previdência na Argentina
Nesta quinta-feira 14, os aliados do presidente da Argentina, Maurício Macri, tiveram de recuar e suspender a votação do projeto de reforma da Previdência enviado pelo Executivo. Após violentos confrontos entre manifestantes e policiais do lado de fora do Parlamento, o presidente da Câmara, Emilio Monzó, optou por encerrar a sessão, apesar de contar com quórum suficiente, de 129 deputados.
Os incidentes aconteceram nos arredores do Congresso, quando dezenas de milhares de argentinos se reuniam para pedir aos legisladores a rejeição da proposta da Casa Rosada para reduzir o déficit fiscal.
Alguns deputados da oposição, como Facundo Moyano e Victoria Donda, deixaram o prédio do Congresso e se uniram aos participantes, convocados por centrais sindicais. Os oficiais da Gendarmeria (a Guarda Nacional argentina) tentaram dispersar a multidão com balas de borracha e jatos de água, enquanto os manifestantes reagiam com pedras e garrafas. Em meio à confusão, parlamentares e jornalistas foram feridos.
A proposta de Macri modifica a metodologia de cálculo das aposentadorias. O texto altera a chamada "fórmula de mobilidade", que atualmente beneficia mais de 17 milhões de aposentados e pensionistas. Em vez do ajuste semestral, calculado com base em 50% da evolução dos salários e 50% da arrecadação, a reforma propõe ajustes de 70% pela variação da inflação e 30% pela variação de um indicador do Ministério do Trabalho, que mede a evolução dos salários dos servidores públicos.
De acordo com opositores, a medida implicará, no longo prazo, na desvalorização dos benefícios. Ao indexar o reajuste à inflação, e não mais à arrecadação, o governo prevê uma economia de até 100 bilhões de pesos argentinos (cerca de 19 bilhões de reais), pois as aposentadorias não aumentarão mais no mesmo ritmo das receitas.