CTB-Bahia participa de ato em defesa da soberania nacional, no Rio

Geral CTB Geral 03/10/2017

Trabalhadores e trabalhadoras de diversas categorias, lideranças sindicais, militantes de movimentos sociais e estudantes realizaram nesta terça-feira (03/10), no centro do Rio de Janeiro, grande ato em defesa das empresas públicas e da soberania nacional. Nem mesmo a chuva esvaziou a manifestação, que contou com mais de 30 mil pessoas.
 
O protesto se deslocou pela região central da cidade, com paradas em frente ao BNDES e à sede da Petrobras, cujo decreto de criação, editado por Getúlio Vargas, completa 64 anos. O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva participou do evento e criticou a política entreguista e nefasta do presidente ilegítimo Michel Temer.
 
Para Lula, defender a soberania é mais do que defender a Amazônia, mas a dignidade e honra de uma nação. “Nós começamos a falar de soberania quando falamos não a Alca (Acordo de Livre Comércio das Américas) e criamos a Unasul (União de Nações Sul-americanas). Falar de soberania é ter a coragem de fazer da Petrobras uma das maiores petrolíferas do mundo. É não dever nada ao FMI. É fazer a briga que fizemos para que o Brasil fizesse parte do Conselho de Segurança da ONU. Falar de soberania é ter a coragem de fazer o acordo que fizemos com Turquia e Irã", acrescentou Lula.
 
A CTB-Bahia esteve representada por Emanoel Souza, diretor de Comunicação da central e presidente da Federação dos Bancários da Bahia e Sergipe, que protestou contra o desmonte dos bancos e empresas públicas e defendeu o papel social da Caixa, Banco do Brasil e Banco do Nordeste (BNB), entre outros. 
 
“A unidade e amplitude alcançada neste ato demonstra que a nossa luta não pode ser apenas para garantir direitos, mas sim para defender a soberania nacional. A preservação das estatais e dos bancos públicos é fundamental para que possamos continuar sonhando e construindo um projeto de Nação”, afirmou Souza.
 
Totalmente contrária à política de retirada de direitos e privatizações, a CTB (Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil) tem estado presente nas mais diversas lutas em defesa dos trabalhadores e trabalhadoras, em distintos estados, representando as mais diversas categorias.
 
Outras centrais também participaram da atividade. Para o coordenador da Federação Única dos Petroleiros (FUP), José Maria Rangel, a Petrobras está "sendo jogada às traças, os estaleiros estão parados", e destacou que a política de política de conteúdo local, que previa o fortalecimento dos setores industriais ligados ao petróleo, vem sendo abandonada pelo governo Temer. 
 
Rangel afirmou que foi a presença do Estado, com a participação dos bancos públicos e empresas estatais, que garantiu a superação da crise internacional que eclodiu em 2007. "Naquele momento, o povo sentiu muito menos os impactos da crise. É o que a gente não vê hoje. O estado, em vez de investir, está tirando e vendendo nosso patrimônio". 
 
DEFESA DA CAIXA
 
Antes do ato em defesa da soberania, a Federação Nacional das Associações de Pessoal da Caixa Econômica Federal (Fenae), junto com associações e sindicatos, lançou a campanha "Defenda a Caixa Você Também", em frente ao prédio Almirante Barroso, que abriga a maior agência bancária da América Latina.
 
A campanha mostra a importância da Caixa para a vida dos trabalhadores e brasileiros em geral, destacando a atual dos bancos em áreas como habitação, saneamento, infraestrutura, educação, esporte, cultura, agricultura, gestão do FGTS.
 
Dirigentes sindicais presentes ao ato alertaram à população sobre o fato de que praticamente 50% do sistema financeiro são dominados pelos bancos públicos. E é por isso que o governo, junto com o grande capital, está querendo desmontá-los, para, mais à frente, justificar a privatização. 
 
“O lançamento de mais uma campanha em defesa da Caixa tem uma razão concreta. O ministro da Fazenda tem planos imediatos para abrir o capital da Caixa e transformá-la em S/A. Precisamos evitar que isso aconteça, pois seria o primeiro passo para a privatização”, afirmou Emanoel Souza.
 
O presidente da Fenae, Jair Pedro Ferreira, ressaltou que a Caixa é o banco que mais investe em projetos de construção de moradias populares, concede incentivo ao esporte, dá apoio à cultura, financia a educação e as micro e pequenas empresas, faz a gestão do FGTS, atuando como uma empresa pública fundamental para o desenvolvimento econômico e social do país. “Tudo isso está em risco com as medidas tomadas pelo governo, que quer abrir o capital do banco. Com a campanha ‘Defensa a Caixa você também’, vamos envolver toda a sociedade na defesa do banco e de sua atuação”, afirmou.
 
 
Informações: Rede Brasil Atual, Contraf, Brasil 247