A Caixa anunciou recentemente que até 120 agências vão fechar no Brasil. Duas da lista estão em Salvador, uma em Paripe e outra em Campinas de Pirajá, bairros populares que utilizam muito os serviços do banco. Cientes da importância das unidades para as comunidades, os diretores do Sindicato dos Bancários da Bahia realizaram manifestação na Caixa de Paripe, nesta terça-feira (26/09).
A população participou. "Essa agência tem cerca de 16 mil correntistas, eu sou um deles. Ficaremos no prejuízo. Sem contar que os beneficiados do Bolsa Família e PIS vão ficar desamparados", desabafa o porteiro José Erenildo Lima.
Verdade. Com 55 mil habitantes, segundo o IBGE, Paripe é o bairro mais populoso do Subúrbio Ferroviário de Salvador. Com lojas, mercados, padarias, confeitarias, bares e restaurantes, o comércio local é forte e fonte de renda de milhares de famílias.
O vendedor Josefá Pinheiro é um deles. "Muitas pessoas sacam o dinheiro aqui e acabam gastando aqui mesmo, o que gera circulação de capital", diz. Mas, sem a Caixa a rotina vai mudar.
Os problemas não param por aí. Sem a agência de Paripe, os moradores terão de recorrer à unidade de Periperi, que já é superlotada. "Transferir os clientes de Paripe para lá é um absurdo", conclui Josefá.
Mas, a direção da Caixa, que atua a mando do governo Temer, não está nem aí para as necessidades da população, sobretudo a mais carente. O que interessa é acelerar o desmonte, para entregar a empresa à iniciativa privada.
O presidente do Sindicato, Augusto Vasconcelos, ressalta ser fundamental desmascarar o governo, que engana os brasileiros para favorecer o capital. "O Sindicato está nas ruas para desarticular as manobras de Temer. Vamos continuar denunciando e alertando a população sobre os prejuízos que todos nós, brasileiros, teremos com o desmonte das empresas públicas".
A manifestação contou com a participação da Federação dos Bancários da Bahia e Sergipe e a Associação de Moradores de Paripe.
ATO NO EXTREMO SUL
O ato segue calendário de luta nacional que visa publicizar os desmontes provocados pelo governo ilegítimo de Michel Temer, cujo objetivo é acabar com as empresas públicas para privatizá-las futuramente. Fabiano Mathias, diretor do Sindibancários, afirma que as mobilizações são importantes: “o nosso sindicato abrange 21 cidades do Extremo Sul da Bahia. Os atos ocorrem nas quatro grandes cidades da região – Teixeira de Freitas, Itamaraju, Eunápolis e Porto Seguro. Em Teixeira, onde realizamos a mobilização no dia 18 de setembro, sentimos que a população ainda não sabia o que está acontecendo com os bancos públicos”, afirma Mathias.
Recentemente a direção da Caixa publicou normativa que indica abertura de terceirização para atividades fim da instituição e fim de concursos públicos. Segundo Carlos Eduardo Coimbra, coordenador-geral do Sindibancários, os Sindicatos já estão organizados para derrubar essas normativas. “O que está havendo é a diminuição do papel dos bancos públicos, o que acarretará em desemprego, aumento do custo de vida e deterioração das condições sociais”, lembra Coimbra.
Leila Ramos, diretora do Sindibancários, diz que as cidades do Extremo Sul da Bahia foram beneficiadas por programas ofertados pela Caixa e pelo Banco do Brasil. “Somente em 2017, mais de 300 estudantes estão na universidade por causa do FIES aqui no Extremo Sul da Bahia. Os bancos públicos estão contribuindo para aumentar a escolaridade, reduzir as desigualdades sociais, regionais e de gênero”, ressalta Leila.
Fonte: Seeb Bahia / Seeb Extremo Sul da Bahia / Feeb BA/SE