Um ano do golpe: CTB completa 365 dias de oposição e repúdio ao governo Temer
Nesta quinta-feira, 31 de agosto, o golpe jurídico-midiático-parlamentar que afastou a presidenta eleita, Dilma Rousseff, completa um ano. Nesse tempo, muita coisa mudou no país, infelizmente para pior. O governo Temer logo mostrou para que veio, implantando uma agenda neoliberal perversa e devastadora, que tem ameaçado o desenvolvimento do país e os direitos conquistados.
O golpe não trouxe nenhuma melhoria. Primeiro, roubaram o voto de todos os brasileiros. Afinal, que segurança o eleitor terá nos próximos anos de que será respeitado o processo eleitoral? O golpe mandrake de 2016 deixou claro que a elite brasileira não tem nenhum apreço pelos valores democráticos.
Os cidadãos brasileiros não foram roubados apenas no voto, que é o mais elementar dos direitos democráticos, mas também perderam o emprego, a renda e o sustento, com a depressão econômica de Michel Temer e com a política do "quanto pior, melhor", colocada em marcha pela dupla Cunha-Aécio, para criar as condições para o golpe.

O Brasil, que conhecera o pleno emprego no fim do primeiro governo Dilma, saltou de 7 milhões para 14 milhões de desempregados, no maior processo de autodestruição a que uma nação já foi submetida por sua própria elite.
A recessão se intensifica cada dia mais e o rombo nas contas públicas é o maior da história, R$ 20 bilhões em julho.
Assim que o golpe foi dado, o governo congelou por 20 anos os investimentos públicos na saúde e na educação e desenterrou um projeto de 1998 e aprovou a lei libera a terceirização na atividade fim das empresas. Criou a falácia de que o mercado de trabalho só iria se recuperar com o fim dos direitos trabalhistas e o desmonte da CLT (Consolidação das Leis Trabalhistas).
Começou a enfraquecer as estatais, anunciando um pacote de privatização que inclui 57 empresas públicas, o maior em 20 anos, que ameaça a gigante Eletrobrás, o aeroporto de Congonhas e até a Casa da Moeda, além de várias obras de infraestrutura.

Também parte para cima dos bancos públicos, com uma suspeita reestruturação do BB, o fatiamento da Petrobras e o fechamento de agências da Caixa.
Está decidido a acabar com reserva na Amazônia - Reserva Nacional do Cobre e Associados (Renca) –, mas diversas frentes de resistência estão lutando contra tamanha maldade. Por Temer, a Amazônia não seria mais nossa, mas do grande capital minerador, dos bilionários canadenses, que levariam nossas riquezas e agilizariam a destruição da floresta que é o coração do planeta. A extinção da reserva também ameaça as terras indígenas da Amazônia.
Tenta emplacar o argumento mentiroso e perverso de que a economia brasileira só sairá do buraco se tomarem a nossa aposentadoria, a próxima meta do governo ilegítimo, que só não aprovou a reforma da Previdência, não por falta de vontade, mas de apoio, no Congresso.
Se isso não bastasse, lá se foram o Minha Casa, Minha Vida, a Farmácia Popular e vários programas sociais. Além disso, o Brasil perdeu o respeito internacional, se tornou um pária entre os vizinhos e até mesmo o orgulho de ser brasileiro atingiu seu ponto mais baixo.
Michel Temer, que está no Palácio do Planalto, é reprovado por 92% dos brasileiros, segundo a Vox Populi. No Datafolha, 85% querem sua saída imediata.
Diante dessa dura realidade, de tantas perdas, desmontes e desnacionalização do país, os trabalhadores e trabalhadoras têm de intensificar a luta, ampliar o debate, reverter a correlação de forças nas casas legislativas, que tanto têm massacrado a classe trabalhadora.
Um ano depois, continua vivo, vivíssimo, o nosso grito de Fora Temer! No cargo mais alto da democracia brasileira, não é lugar de presidente ilegítimo, acusado de corrupção, denunciado pela Procuradoria da República, odiado pelo povo. Completamos hoje 365 dias de oposição e repúdio a Michel Temer.