Os bancos continuam firmes e fortes na política de demitir e precarizar as condições de trabalho. Apenas em janeiro e fevereiro de 2017, eles fecharam 2.535 postos de trabalho no Brasil, o que representa um crescimento de 223,75% em relação ao mesmo período do ano passado. Foram menos 64 empregos na Bahia e 19 em Sergipe.
Os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) mostram ainda que os “Bancos múltiplos, com carteira comercial”, que engloba grandes instituições como Itaú Unibanco, Bradesco, Santander e Banco do Brasil, foram os principais responsáveis pelo saldo negativo, mas, a Caixa também apresentou saldo negativo relevante, como resultado inicial do Plano de Desligamento Voluntário Extraordinário (PDVE), anunciado pelo banco em 7 de fevereiro de 2017.
A situação é ainda mais preocupante pela velocidade do corte de vagas nos últimos quatro anos. Em 2013, foram 4,329 postos de trabalho; em 2014, 5004; em 2015, 9886, e, em 2016, 20,553.
O presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro, Roberto von der Osten, aponta duas causas conjunturais para esta aceleração das demissões: a crescente digitalização da atividade bancária e a grande expectativa da Fenaban em aprovar leis de terceirização e outras formas de flexibilização das leis trabalhistas.
A notícia é piorada pela constatação da pesquisa, de que as contratações estão concentradas em jovens até 24 anos (48%) e que as demissões atingem fortemente trabalhadores na faixa de idade entre 50 a 64 anos (29%). Num cenário onde se discute no Congresso o aumento do tempo de contribuição combinado com uma elevada idade mínima para a aposentadoria vai impedir muitos bancários de se aposentar.
“A situação é muito preocupante”, avalia o presidente da Federação dos Bancários da Bahia e Sergipe, Emanoel Souza, que ressalta ainda a importância da categoria participar da mobilização contra a terceirização e as reformas trabalhista e previdenciária.
“Só a nossa mobilização contínua será capaz de evitar o retrocesso, garantido empregos e o direito de se aposentar”, declarou Souza.
Fonte: FEEB