Debate sobre conjuntura marca Seminário de Comunicação da APLB

Geral CTB Geral 16/05/2016

A APLB-Sindicato realizou o seu 1º Seminário de Comunicação, na sexta-feira e sábado (13 e 14/5), no Hotel Sol Bahia, em Patamares, na capital baiana. O evento começou com um repúdio de dirigentes e integrantes de sua base contra a instalação do governo Temer em detrimento da saída da presidente Dilma. Unanimemente, a plenária e a mesa do seminário consideraram a medida como prosseguimento de um golpe parlamentar encetado pela Câmara de Deputados, a mídia nacional, o empresariado e setores mais conservadores do Brasil.

O evento teve a participação de cerca de 300 dirigentes e funcionários ligados aos departamentos de imprensa de núcleos e delegacias da APLB-Sindicato da capital e do interior, e foi transmitido ao vivo pela TV APLB no site da entidade.

A mesa de abertura foi formada pelo coordenador-geral da APLB, professor Rui Oliveira; o presidente da CTB-Bahia, Aurino Pedreira; a presidente do Sindicato dos Jornalistas da Bahia (Sinjorba), Marjorie Moura; o presidente do Sindsaúde, Silvio Roberto dos Anjos e Silva; e o diretor de imprensa da APLB, Nivaldino Felix.

Rui Oliveira fez a saudação do sindicato a todas as delegações vindas de cidades do interior baiano e aos residentes na capital. Rui enfatizou que no 11º congresso realizado pela entidade em outubro de 2013, definiu-se que a APLB precisa influenciar no protagonismo político na capital e no interior, e agora ser polo importante de resistência “contra o golpe instalado no Brasil”.

Aurino Pedreira disse que o momento é difícil “e que o golpe está estabelecido”, mas que isto não significa que os trabalhadores devam aceitar a situação, “pelo contrário, devemos lutar e fazer retornar a presidenta Dilma que foi injustiçada e traída”. Ele criticou o “fisiologismo” da política. “Partido deveria ser a parte ideológica da sociedade, mas o que vemos são grupos agindo apenas pelo fisiologismo”. Aurino criticou também o papel da mídia, considerando-a “uma ponte para o golpe”.

Debate

O segundo e último dia do I Seminário de Comunicação da APLB-Sindicato contou com a palestra de Renato Rovai, editor da revista Fórum; professor de jornalismo da Faculdade Cásper Líbero e doutorando em jornalismo pela Universidade Federal do ABC Paulista. Rovai falou sobre “Sociedade em redes e comunicação sindical”.

Ele destacou que o Brasil está, realmente, num contexto de golpe de Estado. “Muita gente não entende o que está acontecendo, mas vai se dando conta no percurso e comparando com o golpe militar de 64, quando os golpistas o chamavam de revolução. Aos poucos, todos foram vendo que era mesmo um golpe”, afirmou.

Renato Rovai afirmou que a Rede Globo teve o mesmo comportamento demonstrado no momento político atual, se posicionando com parcialidade em seus noticiários a favor das forças conservadoras. Em relação à saída da presidente Dilma Roussef, da Presidência da República, Rovai afirma que se as instituições fossem mesmo fortes o vice-presidente Michel Temer estaria preso. “É inaceitável a conspiração aberta feita pelo vice-presidente para derrubar a presidenta”, disse Rovai.