Povo vai para as ruas de Salvador dizer não ao golpe

Geral CTB Geral 31/03/2016

Cerca de 20 mil pessoas fizeram uma caminhada nas ruas do Centro de Salvador na tarde desta quinta-feira (31/3) para homenagear os perseguidos, desaparecidos e mortos durante a ditadura militar e também para denunciar a tentativa de golpe em curso no país. A atividade começou no Campo Grande, com a  concentração da Frente Povo Sem Medo, que saiu em passeata e  se encontrou na praça da Piedade com a Frente Brasil Popular para juntas caminharem até o Campo da Pólvora, onde colocaram flores no monumento em homenagem ás vítimas da ditadura.

A movimentação começou cedo no Centro e logo pintou as ruas de vermelho, verde e amarelo.  A Piedade, onde se concentrou a maior parte das pessoas, ficou pequena para tanta gente e logo a multidão começou a tomar os espaços adjacentes.  Era gente de sindicatos, movimento de moradia, dos trabalhadores sem terra, do movimento de combate ao racismo, da juventude, das mulheres, além de uma grande quantidade de pessoas que não milita em nenhuma frente, mas aderiu ao movimento para evitar o impeachment da presidente Dilma e o golpe contra a democracia.

Cerca de 600 e advogados também participaram da caminhada. Antes, ocuparam a OAB-BA e entregaram documento de protesto à posição da entidade em nível nacional, de apoiar o impeachment da presidenta Dilma Rousseff.  O presidente da entidade, Luiz Viana, disse ter ressalvas à fundamentação do impeachment, por não ver “elementos suficientes para caracterizar crime de responsabilidade”.

“Este é um ato que além de ser político, é também um ato histórico, pois tem o intuito de homenagear  aqueles que deram a suas vidas no período da ditadura pela democracia, pela liberdade. E nada mais importante hoje, do que rever a história para que ela não se repita , principalmente neste momento em que se articula mais um golpe no país. Por isso a  CTB, junto com os trabalhadores, a sociedade organizada e a representação das minorias vem hoje dizer que  não ao golpe, ditadura nunca mais e viva a democracia”,  afirmou Inalba Fontenelle, secretária de Formação da CTB Bahia e diretora do Sindsaúde.

A atividade contou também com a presença de comunidades indígenas que dançaram o Toré  no Campo da Pólvora, logo após os representantes do Grupo Tortura Nunca Mais depositarem flores no monumento em homenagem às vítimas da ditadura. O ato simbólico foi acompanhado pela lembrança das ações  em que muitos militantes foram mortos, como a Guerrilha do Araguaia, o massacre em Brotas de Macaúbas e também nas prisões militares.