Milhares de baianos e turistas lotaram as ruas da Cidade Baixa, em Salvador, nesta quinta-feira (14/01), na tradicional Festa do Bonfim. A comemoração começou com um ato ecumênico, às 8h, na Igreja da Conceição da Praia, no Comércio, e seguiu em um cortejo de 8km até a Basílica de Nosso Senhor do Bonfim, onde as baianas lavaram as escadarias da igreja com vassouras e água de cheiro.
Esta é uma das festas mais populares e democráticas do povo baiano. No cortejo, não cordas, trios ou donos, com espaço para manifestações de todos os tipos. Por isso mesmo, normalmente é utilizado pelo movimentos sociais para ampliar o alcance de suas demandas e bandeiras de luta. É um espaço privilegiado também para as lideranças políticas, em especial, em anos eleitorais como 2016, como forma de medir a popularidade e a aceitação de suas candidaturas. O governador Rui Costa (PT) e o prefeito ACM Neto (DEM) participaram da abertura dos festejos, dividindo a atenção do povo e da mídia.
Mantendo a tradição, a CTB Bahia também levou o bloco dos trabalhadores para a Lavagem do Bonfim, reunindo sindicatos de diversas categorias com suas bandeiras de luta. “A defesa da democracia é a principal bandeira que estamos trazendo para as ruas, mostrando a força dos trabalhadores e a nossa disposição de lutar contra qualquer tentativa de golpe contra o projeto que elegemos no ano passado”, afirmou o presidente da CTB Bahia, Aurino Pedreira.
O dirigente cetebista lembra ainda a importância da unidade e mobilização da classe trabalhadora neste momento atípico, de crise econômica e política no Brasil, em que setores conservadores e empresariais da sociedade estão tentando impor seu projeto. “Neste momento em que o país está vivendo, estão querendo tirar direitos dos trabalhadores e nós não vamos aceitar. Por isso, estamos desde o início do ano para dizer que 2016 será um ano de muita mobilização e manifestações nas ruas, mas também de muitas vitórias para os trabalhadores”.
Aurino falou também sobre a necessidade de um novo projeto mais inclusivo para a cidade de Salvador. “O projeto que está sendo desenvolvido em Salvador atualmente é muito elitizado. Nós precisamos trazer a cidade para o povo, com uma forma mais humana de governar. Salvador precisa disso e a CTB vai apoiar os projetos voltados para a defesa dos interesses dos trabalhadores e dos direitos sociais. Ainda somos uma das cidades com maior índice de desemprego, com empregos sazonais, gerados por eventos culturais e artísticos. Isto é muito pouco para o povo de Salvador. Por isso, vamos dialogar com os projetos que possam tornar a cidade mais humana e menos desigual”, disse.
