CTB-Bahia se prepara para a abertura do Fórum Social Mundial virtual na próxima sexta (23)

CTB-Bahia se prepara para a abertura do Fórum Social Mundial virtual na próxima sexta (23)
Foto: Flora Lassance

Geral 18/01/2021 Escrito por: Romice Mota

A Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (Sessão -Bahia) participa da edição planetária do Fórum Social Mundial, que será virtual devido à pandemia e acontecerá de 23 a 31 de janeiro, com duração de nove dias.

Com o tema "Outro Mundo é Possível, necessário e urgente", será um evento extraordinário, voltado para debater e possibilitar respostas políticas globais e locais aos graves e urgentes desafios desta conjuntura, na qual profundas crises do capitalismo se superpõem e se realimentam. Clique AQUI e se inscreva.

Esse Fórum pretende assim contribuir significativamente para a consolidação de todas as forças de resistência em defesa de um mundo com justiça social, econômica e ambiental, em um período de agravamento do autoritarismo, da espoliação e da repressão política e social sem paralelo em todos os continentes. Além de dar início às comemorações dos 20 anos do Fórum Social Mundial.

Desde que foi criado em janeiro de 2001 em Porto Alegre, capital do estado do Rio Grande do Sul, no Brasil – e se espalhou e influenciou políticas públicas pelo mundo com edições planetárias e Fóruns Temáticos, Regionais e Nacionais –, o Fórum Social Mundial tem sido o mais amplo processo na luta contra o capitalismo neoliberal, reunindo movimentos sociais, sindicais, culturais, progressistas, anti-imperialistas, feministas, ambientalistas, indígenas, de povos ancestrais e muitos outros.

As atividades promovidas pelo Grupo Facilitador do Fórum (Painéis etc) serão realizadas em períodos compatíveis com os fusos horários em todo o mundo (Geralmente, das 14h às 17h GMT)

 

Programação:

No primeiro dia do FSM Virtual, 23/01/2021, acontecerá a Marcha Mundial de Abertura por Direitos, Justiça, Democracia e Bem-Viver, realizada por meio da difusão de vídeos com depoimentos de lideranças de várias partes do mundo em defesa desses temas e de suas lutas.

Durante a Marcha, será realizado o Painel Global de Abertura com cerca de seis grandes lideranças sociais e políticas de alcance mundial, sob o lema: Qual o mundo que queremos hoje e amanhã? - Não é o mundo de Davos!

Do dia 24 ao 29, serão realizados grandes Painéis sobre cada um dos Espaços Temáticos do FSM Virtual (https://wsf2021.net), além de inúmeras atividades autogestionadas, uma característica de todos os Fóruns.

O penúltimo dia será dedicado a Assembleias de convergências: articulações, ações, lutas e campanhas políticas globais.

O último dia, 31/01, será o da Ágora dos Futuros, atividade na qual os movimentos e organizações sociais de todo o mundo apresentarão suas ações, lutas e campanhas que deverão se estender durante o ano de 2021 até a próxima edição planetária presencial do FSM, pós-pandemia, que deverá ser sediada no México.

 

Convidados:

Aminata Traoré (África); Angela Davis (América do Norte); Ashish Kothari (Ásia); Leila Khaled (Oriente Médio); Ex-Presidente do Brasil Luiz Inácio Lula da Silva (América Latina); Yanis Varoufakis (Europa).

 

Histórico:

O Fórum Social Mundial nasceu em 2001 por iniciativa de organizações e movimentos sociais que, a partir de uma proposta inicial, se auto-convocaram e mobilizaram para um grande encontro em Porto Alegre, em contraposição ao neoliberalismo representado pelo Fórum Econômico Mundial, que ocorria ao mesmo tempo em Davos, na Suiça.

Os acontecimentos mundiais que sucederam ao primeiro FSM chocaram-se com os anseios de paz da humanidade. No mesmo ano 2001 vieram abaixo as Torres Gêmeas.

E em nome de combater o terrorismo, o Ocidente capitaneado pelos EUA passou a justificar novas guerras e semear novas formas de terror, a estigmatizar povos inteiros por suas etnias e culturas e a perseguir violentamente os imigrantes. Armou-se sem hesitar para combater justamente a diversidade que o FSM nasceu para celebrar.

Contra tudo isso, as lutas reunidas no FSM conseguiram impulsionar mudanças e apontar caminhos, hoje seriamente ameaçados. Na América Latina, em especial, foram possíveis experiências mais democráticas, de ascensão de forças populares, de indígenas e trabalhadores, ou mais progressistas, aos governos. E contra as quais também se organizaram todas as forças conservadoras.

Com as primeiras edições em Porto Alegre (2001, 2002, 2003 e 2005), o FSM percorreu o mundo com encontros em Mumbai, Caracas, Karashi, Bamako, Nairobi, Belém, Dacar, Tunis e Montreal. Além de edições temáticas, regionais, continentais.

Ao norte da África, a construção de duas edições mundiais foi parte dos acontecimentos da chamada Primavera Árabe. No Canadá, teve pela primeira vez sua realização em um país do Norte, com forte protagonismo da juventude.

O FSM voltou ao Brasil em 2018 e foi realizado em Salvador,  após uma fase de intensos debates sobre o futuro das lutas sociais e do próprio processo FSM, com a perspectiva de servir aos movimentos de resistência contra o avanço das forças neoliberais e suas investidas contra as jovens democracias na América Latina.

 

 

Com informações do Grupo de Trabalho de Comunicação do Fórum Social Mundial Virtual