Eleição de Augusto Vasconcelos fortalece a representatividade sindical na Câmara Municipal

Augusto Vasconcelos nasceu no Cabula VI, filho de uma professora de escola pública e um aposentado que vieram do interior. Pai de João e Helena. Advogado há 17 anos, professor universitário há 14 anos e funcionário concursado da Caixa há 16 anos.

Começou a participar do movimento estudantil, aos 16 anos, Augusto Vasconcelos logo despertou a atenção de quem estava a sua volta pelo grande poder de argumentação e liderança. O ano era 1998, e ele ingressou na faculdade de Direito. Em 2001, foi eleito vice-presidente regional da União Nacional dos Estudantes (UNE). Participou também, de outras conquistas importantes para a educação, como o FIES, PROUNI, Cotas na universidade, ampliação do acesso ao ensino superior e a meia passagem para os estudantes nos ônibus de Salvador. A partir daí,  ele não saiu mais dos movimentos sociais, e os movimentos não saíram mais dele.

Em 2003, foi um dos líderes da Revolta do Buzú, que lutou contra o aumento das tarifas de ônibus e melhores condições no transporte público, e que virou referência nacional até hoje.

Como líder sindical, tem lutado incansavelmente contra os ataques do Governo Federal contra os trabalhadores, contra a educação, a saúde e tudo que possa melhorar o estado de bem-estar social. Essa luta coloca Augusto como uma das mais promissoras lideranças esquerda, reconhecido através da sua reeleição em 2017 e 2020 para a presidência do Sindicato dos Bancários da Bahia com 98% dos votos, e também na sua expressiva votação de mais 20 mil votos, sendo 11 mil em Salvador, nas eleições para a Assembleia Legislativa em 2018.

Atualmente está presidente do Sindicato dos Bancários da Bahia, dirigente Nacional da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB) e teve uma votação expressiva na última eleição realizada em 15 de novembro.  Foi o 3º vereador mais votado da esquerda, com 6.041 votos.  Veio o reconhecimento de uma história de luta voltada para os bancários e para a maioria da população de Salvador.

Para conhecer resumidamente, o que pensa o vereador Augusto Vasconcelos (PCdoB) a CTB-Bahia, traz como ideia central. O objetivo dos questionamentos é mostrar para população o que pensa esse grande líder, que tem uma história brilhante no movimento sindical e terá um futuro promissor ocupando uma cadeira na Câmara Municipal de Salvador.

A seguir, confira a entrevista.

O que os trabalhadores, inclusive os bancários, podem esperar do governo Bolsonaro?

Com dois anos de mandato já ficou claro para todo mundo quais as intenções do atual governo. Nesse período, basta dizer que a imensa maioria das categorias não conseguiram manter os direitos previstos em normas coletivas de trabalho, cresceu o desemprego, interromperam os avanços no salário mínimo, fizeram uma Reforma da Previdência que pode inviabilizar o acesso à aposentadoria para milhares de pessoas, atacam as instituições públicas e negam a ciência. O Bolsonaro chegou a apresentar em plena pandemia uma nova Reforma Trabalhista, que retiraria ainda mais direitos do povo. Completa insensatez. Precisamos formar uma nova maioria política no país e isso passa por eleger mais trabalhadores para os espaços de decisão.

Como o movimento sindical pode contribuir para o Brasil sair do regime de exceção em que se encontra e retomar a democracia social?

O movimento sindical tem se esforçado para conversar com os trabalhadores e trabalhadoras visando apresentar alternativas. Várias iniciativas ocorreram no país ao longo desses dois anos. Mas considero que ainda são insuficientes.

Apresentamos ideias para geração de empregos, sugerimos a Reforma Tributária Solidária, trouxemos a pauta da retomada da industrialização. No entanto, a mídia nos ignora solenemente. Precisamos criar nossos próprios canais de diálogo direto com a população para mostrar que os sindicatos têm ideias para tirar o país da crise.

O caminho, sem dúvida, passa por elevar a consciência de classe. No dia em que nós trabalhadores percebermos que somos a maioria do povo, a gente entra em campo e vira o jogo. Eu acredito nisso!

Eleito vereador  pela trabalhadores e moradores de Salvador . O  que você espera da política?
Acredito na política como instrumento de transformação. Em meio a tanto ódio e intolerância, precisamos de mais diálogo, respeitando os diferentes pontos de vista. 
Infelizmente a maioria das representações parlamentares são ligadas a fortes grupos econômicos. Os trabalhadores e as trabalhadoras precisam participar dos espaços de decisão. Foi com esse propósito que topei o desafio de ser Vereador de Salvador.

Quais  propostas de atuação na Câmara Municipal?
Faremos um mandato participativo, ouvindo as pessoas. Apresentarei um Projeto de Lei para que a Câmara crie uma Plataforma Digital Interativa, onde a população possa ser consultada sobre os principais temas que irão à votação. 

Sou oriundo das lutas dos trabalhadores e teremos muito foco na busca da geração de emprego, renda e qualificação profissional. Por ser educador e filho de uma educadora, apresentaremos iniciativas voltadas à educação. O esporte também irá merecer atenção especial, já que atuo nesta área desde a minha infância e depois tive a chance de atuar profissionalmente. Temas como saúde, mobilidade, questões ambientais também farão parte do foco do nosso mandato. 

Podem esperar muita dedicação e empenho. Trabalharei intensamente para honrar cada cidadão e cidadã dessa cidade que tanto amo.