Um dia bonito de sol e praia na Barra combinou com uma manifestação feminina potente no ato "Mulheres Vivas", que integra uma mobilização nacional pelo fim do feminicídio e da violência contra as mulheres. O protesto neste domingo (14) foi marcado por uma caminhada do Cristo até o Farol da Barra. Várias cidades brasileiras já haviam realizado atos, após a repercussão de casos de violência em diversas partes do país.
A CTB Bahia e vários sindicatos filiados reforçaram a atividade em Salvador. "Esse é um ato contra o patriarcado e a misoginia que estão matando milhares de mulheres. Além de mais políticas públicas específicas de segurança, mães e pais precisam ensinar nossos meninos e nossos jovens a respeitarem as mulheres. Nossa Central está firme ao lado das trabalhadoras e de todas as mulheres nessa luta", afirmou Arielma Galvão, dirigente da APLB e secretária de Políticas de Educação da CTB.

Marcaram presença dirigentes de vários sindicatos: APLB, ASSUFBA, SINTRACOM-BA, SintraSuper, Sindicato dos Comerciários, Sindicato dos Bancários, FEC Bahia, FETRACOM-BASE e FEEBBASE.
Para a presidenta da União Brasileira de Mulheres (UBM) na Bahia, Jéssica Baiano, "é importante reforçar a responsabilização e a punição dos agressores, além do fortalecimento das políticas públicas de combate à violência de gênero". A dirigente do Sindsaúde e vereadora Aladilce Souza lembrou os dados da Secretaria de Segurança Pública: Na Bahia, entre janeiro e 8 de dezembro de 2025, foram registrados 97 feminicídios. "Não queremos ver mais mulheres assassinadas. Lutamos por uma sociedade melhor para todas as mulheres viverem dignamente", enfatizou.

MUDAR A REALIDADE
O ato deste domingo é para se refletir e mudar números absurdos na Bahia e no Brasil
>> Na Bahia, entre janeiro e 8 de dezembro de 2025, foram registrados 97 feminicídios, segundo dados da Secretaria de Segurança Pública.
>> No Brasil, em 2025, foram 1.180 feminicídios. Em 2024, foram 1.459 registros (quase 4 mulheres assassinadas por dia). Cerca de 3,7 milhões de mulheres sofreram um ou mais episódios de violência nos últimos 12 meses. O Ligue 180 realiza quase 3 mil atendimentos diários. (Mapa Nacional da Violência de Gênero)
>> Mulheres evangélicas estão entre as que mais sofrem violência doméstica. 42,7% delas afirmam ter sofrido algum tipo de agressão de parceiro ou ex-parceiro — contra 35,1% das católicas. (Pesquisa “Visível e Invisível: a Vitimização de Mulheres no Brasil 2025”, do Fórum Brasileiro de Segurança Pública e Datafolha).
>> Cerca de 87% das mulheres negras sofreram agressões psicológicas, 78% físicas e 25% sexuais. Nos últimos 12 meses, 18% foram alvo de falsas acusações, 17% viveram episódios de gritaria ou quebra de objetos, 16% foram insultadas, 16% humilhadas e 10% ameaçadas. (Pesquisa Nacional de Violência contra a Mulher Negra, do DataSenado e Nexus, em parceria com o Observatório da Mulher contra a Violência).
