A 1ª Conferência Livre do Trabalho, realizada nesta quarta-feira (29), mostrou que os sindicalistas baianos vão participar com força e muitas ideias da 2ª Conferência Nacional do Trabalho. Organizado pelas centrais sindicais, o encontro reuniu dirigentes de várias categorias no Sindicato dos Bancários da Bahia, nas Mercês.
Membro da CTB Bahia na comissão organizadora da conferência estadual, Jerônimo Silva Júnior conduziu os trabalhos. A Conferência Livre é preparatória para a Conferência Estadual do Trabalho, que acontecerá dia 28 de novembro, em Salvador. Representantes da CTB, CUT, UGT, Força Sindical e CSB destacaram a importância dos debates preparatórios com os temas "Relações do trabalho, negociação coletiva e segurança jurídica" e "Mercado e futuro do trabalho - intermediação, qualificação profissional e competências".

"Vão nos permitir entender as transformações atuais no mundo do trabalho para intervirmos melhor na ação sindical. Saímos de um período de ataques aos nossos direitos com a reforma trabalhista, que o governo Lula não conseguiu reverter. Estamos em um processo de disputa no País e as centrais devem atuar com autonomia para defender o governo que melhorou o Brasil em muitos pontos, mas precisa avançar em pautas da classe trabalhadora. A batalha eleitoral de 2026 será decisiva para reeleger Lula e um Congresso Nacional melhor", afirmou Hermelino Neto, vice-presidente da CTB Bahia.

Chegando de outra agenda, a presidenta da CTB Bahia, Rosa de Souza, destacou a importância da unidade das centrais sindicais e do sindicalismo para vencer os desafios atuais. "A Conferência Nacional do Trabalho nos dá a oportunidade de refletir sobre a realidade atual e contribuir para o governo avançar em políticas públicas que melhorem as condições de trabalho no Brasil", enfatizou.
SRTE E PALESTRAS
Por videoconferência, a superintendente regional do Trabalho, Fátima Freire, ressaltou o pioneirismo da Bahia. "É o momento de formular as propostas do movimento sindical para melhorar o trabalho e a vida da classe trabalhadora com políticas públicas construídas coletivamente", destacou.

Os advogados Diego Freire (SintraSuper e Metalúrgicos de Camaçari) e Clériston Bulhões (Sindpetro-BA) abordaram os dois temas. Os dois destacaram as profundas mudanças ocorridas no mundo do trabalho e nas relações trabalhistas, exigindo mais dos sindicatos para melhorar e aproximar mais a relação com suas categorias:
>> Mudança no perfil dos trabalhadores atuais, que querem mais flexibilidade de tempo
>> Efeitos negativos da reforma trabalhista, que causou anomalias na legislação
>> Pejotização, uberização, terceirização a precarização do trabalho nas empresas
>> Impactos grandes das novas tecnologias na vida dos trabalhadores
>> Desafio dos sindicatos de estudarem e representarem novas categorias que surgiram
>> As entidades devem contemplar em suas ações e nas CCTs questões da mulher, diversidade, religiosidade e racial
Além de Neto e Jerônimo, falaram nos debates os dirigentes classistas Jussara Pinho (APLB e CTB Portal do Sertão) e Wellinton Reis (FETAG-BA). A Conferência Nacional do Trabalho será realizada em março de 2026, em São Paulo. A etapa da Bahia terá 195 participantes e elegerá 39 delegados, sendo 13 vagas do movimento sindical, devendo equilibrar questões como gênero, raça e geracional. As centrais terão até 10/11 para enviar seus nomes.
