Salvador viveu, nesta quinta-feira (16), os 280 anos da chegada da imagem do Senhor do Bonfim até a capital baiana. A festa se tornou um dos maiores eventos religiosos e culturais do país, reunindo milhares de baianos e turistas, na mistura das religiões católica e de matrizes africanas, num grande sincretismo religioso. São oito quilômetros de cortejo, entre a igreja da Conceição, no Comércio, e a igreja de Senhor do Bonfim.
Como em todo ano, os movimentos sociais e o sindicalismo marcam presença com suas bandeiras de luta. Com a palavra de ordem "Fé na luta do povo e da classe trabalhadora - fim da Escala 6x1, pela democracia e sem anistia pra golpista", a CTB Bahia e vários sindicatos classistas marcaram presença, mostrando sua força e suas lutas específicas vinculadas com esses temas gerais. Também participaram políticos como a deputada federal Alice Portugal (PCdoB), a deputada estadual Olívia Santana (PCdoB), a vereadora Aladilce Souza (PCdoB) e o secretário do Trabalho, Emprego, Renda e Esporte, Augusto Vasconcelos.
"É bom começar o ano participando desse momento importante do nosso povo. Respeitando toda a religiosidade da festa, trazemos nossas bandeiras para chamar atenção da sociedade para temas que precisam ser debatidos durante o ano. Vemos aqui sindicatos do setor privado e representantes do serviço público sintonizados com as lutas gerais que as centrais sindicais e as frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo desenvolvem. Viva a fé da população em Senhor do Bonfim e viva a nossa fé na luta por um Brasil melhor para todos", afirmou Rosa de Souza, presidenta da CTB Bahia.
Estiveram presentes ASSUFBA, APLB, FESPEBAHIA, Sindsaúde Bahia, Federação dos Comerciários (FEC Bahia), SintraSuper, Sindicato dos Bancários, Sindicato dos Comerciários, SINTEST, entre outros. A Lavagem do Bonfim deste teve a participação de 79 entidades culturais, como os tradicionais Afoxé Filhos de Gandhy, Ilê Aiyê, Muzenza, Malê Debalê, dando um toque especial à festa. "Essa é a Bahia que acolhe todas as misturas, do seu povo e da sua cultura. Por isso, o movimento sindical participa com suas reivindicações, respeitando o simbolismo da Festa do Bonfim", disse o secretário de Combate ao Racismo, Jerônimo Silva Júnior.