Sempre no 20 de Novembro, as ruas do Centro de Salvador e de outras cidades recebem um colorido especial de militantes e do povo para celebrar o Dia da Consciência Negra. Na tarde desta quarta, ao som de um trio elétrico e carros de som menores, centenas de pessoas e dirigentes de sindicatos participaram da 45ª Marcha Zumbi-Dandara dos Palmares, promovida pela CONEN, UNEGRO e outras entidades, e que saiu do Campo Grande até a Praça Castro Alves.
Como parte das celebrações programadas pela CTB Nacional e a CTB Bahia, a caminhada parou para uma homenagem ao mestre Môa do Katendê, na Praça da Piedade, onde se reverencia os quatro mártires da Revolta dos Búzios: Lucas Dantas do Amorim, Luiz Gonzaga das Virgens, João de Deus e Manuel Faustino dos Santos. O movimento também era conhecido como Conjuração Baiana, Revolta das Argolinhas, Revolta dos Alfaiates ou Inconfidência Baiana.
Ao lado da secretária de Promoção da Igualdade Racial, Ângela Guimarães, o secretário de Combate ao Racismo da CTB Bahia, Jerônimo Silva Júnior, entregou uma escultura de um berimbau à filha de mestre Môa do Katendê, Somonair Costa. "Aqui na Praça da Piedade, foram enforcados 4 heróis na luta do povo negro. Nada mais simbólico do que homenagear essa figura importante da capoeira, da música e da nossa cultura que foi Môa do Katendê. A CTB entende que a luta dele é parte da resistência e das conquistas da população negra. Com isso, resgatamos a memória de Zumbi e de todas as pessoas que lutam contra o racismo e as desigualdades sociais, buscando uma sociedade mais justa", destacou.
Jasse Mahi agradeceu a CTB pela referência ao seu pai. "Se ele estivesse vivo, faria 70 anos. Meu pai sempre se dedicou a fortalecer nossa cultura na comunidade e em Salvador, como compositor, percussionista, artesão, educador e mestre de capoeira. Obrigado, Jerônimo e a direção da CTB por homenagearem a memória de Môa do Katendê", disse.