Emanoel Souza detona Folha por querer vender Petrobras, Banco do Brasil e Caixa 

Emanoel Souza detona Folha por querer vender Petrobras, Banco do Brasil e Caixa 

Geral 26/08/2024 Escrito por:

Em seu Editorial de 24 de agosto, o jornal Folha de S. Paulo defendeu abertamente a privatização de empresas importantes para o desenvolvimento do Brasil e que desenvolvem políticas públicas que têm relação direta com a vida das pessoas mais pobres: Petrobras, Banco do Brasil e Caixa Econômica. O jornal que sempre defendeu as elites e as grandes empresas, nacionais e estrangeiras, chegou ao desplante de afirmar que o programa de privatização no Brasil derrubou tabus e teses catastróficas. E que as privatizações feitas foram um sucesso. 

Para o vice-presidente da CTB Bahia, Emanoel Souza, mais uma vez a Folha de São Paulo mostra de que lado está. "Ataca empresas estatais importantes para defender o grande capital rentista e as multinacionais do petróleo. O jornal não diz que, em todas as áreas privatizadas, os serviços pioraram e ficaram mais caros, pois empresa privada só visa o lucro. Grande parte das reclamações dos consumidores são contra empresas que assumiram serviços de empresas que foram privatizadas", pontua. 

A Folha diz que tem que vender a Petrobras, o Banco do Brasil e a Caixa, e "apostar" na regulação desses serviços pelas agências autônomas e a própria concorrência. "Quem vive o dia a dia usando os serviços privatizados, já observou que as agências reguladoras não impedem abusos nos preços e nem fazem os serviços melhorar. Seguramente, por isso, o jornal que publicou uma pesquisa do instituto Datafolha [9 de agosto de 2023], que é do mesmo grupo da Folha, não diz que 45% dos brasileiros foram contra as privatizações e 38% foram favoráveis", pondera Emanoel.

Segundo o dirigente, a Folha distorce a realidade ao falar que "gigantes como Petrobras, Banco do Brasil e Caixa Econômica são mantidas com alto custo". "Na verdade, essas empresas sempre deram lucros e ajudam o desenvolvimento do País, combinado com políticas sociais para o nosso povo. Os bancos públicos são responsávbeis pelos programas sociais que amparam os mais pobres. O jornal precisa lembrar que privatização aqui tem grande aporte de dinheiro público. Que serviços básicos para a população precisam ter preços acessíveis para beneficiar a população de baixa renda. Se esse serviço tem alto custo para ser oferecido, o Estado tem obrigação de garantir, diferente de empresa privada, que busca o lucro reduzindo seus custos. Por isso não vai investir", enfatiza.

VÁRIOS PAÍSES REVIRAM PRIVATIZAÇÕES

As posições de Emanoel Souza mostram que a posição da Folha está na contramão do que acontece no mundo. Isso é confirmado por um estudo de 2000 a 2019, feito pelo Instituto Transnacional (TNI), na Holanda: 312 cidades em 36 países reestatizaram seus serviços de tratamento de água e esgoto. Entre elas, Paris (França), Berlim (Alemanha), Buenos Aires (Argentina) e La Paz (Bolívia). Isso após a piora no serviço e os preços abusivos.

Sobre eletricidade, a Associação dos Empregados da Eletrobras (AEEL) e sindicatos dos trabalhadores do setor relacionam vários motivos pelos quais a Eletrobras não deve ser privatizada. A venda da empresa vai prejudicar 99,7% da população que precisa de energia elétrica. A projeção da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) é de que as contas de luz subam, de imediato, entre 16% a 17%. “A Eletrobras tem 47 usinas hidrelétricas responsáveis por 52% de toda a água armazenada no Brasil. 70% dessa água é utilizada na irrigação da agricultura. Imagine tudo isso nas mãos de uma empresa privada que só se interessa pelo lucro”, alertou o engenheiro da estatal, Ikaro Chaves.

"Petrobras, Banco do Brasil, Caixa, Eletrobras e BNDES têm sido essenciais para o desenvolvimento da infraestrutura nacional e de outros segmentos. Dar esse patrimônio ao setor privado enfraquece o Estado brasileiro e amplia a nossa dependência em setores estratégicos para a competitividade da nossa economia. Repudiamos o Editorial tendencioso da Folha de São Paulo e seguimos fazendo esse debate com a classe trabalhadora e o povo brasileiro: privatizar essas empresas é prejudicial ao país e à sociedade", conclui o dirigente da CTB Bahia.