Se depender das assembleias que o Sindicarne está realizando nas empresas de abate animal pela Bahia, os patrões terão que avançar nas propostas. A entidade fez reuniões com trabalhadores em grandes empresas, como a JBS em Itapetinga. O coordenador-geral do Sindicato, Ronielson Conceição, tem criticado a atitude das empresas na mesa, que tornaram as negociações um "osso duro".
"Temos percorrido diversos locais de trabalho e vemos a categoria insatisfeita com a proposta feita pelo SINCAR para atender nossa pauta. Os trabalhadores merecem mais. Continuaremos na luta por melhores condições de trabalho e salário. Reivindicamos reajuste a reposição da inflação e ganho real de 4%, abono salarial, mais duas cestas básicas durante o ano, e nas cestas Junina e Natalina (nesses meses, dobrar o valor), plano de saúde e implantação de Programa de Cargos e Salários. Seguimos mobilizando", afirma.
Os bons números do setor mostram que os patrões estão "chorando de barriga cheia". A Bahia bateu recorde no abate de bovinos e suínos no primeiro trimestre deste ano. Entre janeiro e março, foram abatidos 72.962 porcos, elevação de 2,9% na comparação com o mesmo período do ano passado, quando o número chegou a 70.883. Também foi o melhor período em abate de bovinos nos últimos 10 anos: 322.043 cabeças abatidas, um aumento de 22% frente a igual período do ano passado.
Ronielson lembra que a Bahia é o 11º maior produtor de carne bovina do país, com 3,5% do abate nacional. "Os números reforçam que as empresas não passam por crise e podem melhorar a proposta na mesa negociação. O Sindicarne e a categoria estão crescendo a mobilização para arrancar um bom acordo, que valorize os trabalhadores, responsáveis pelos bons resultados dos patrões", enfatiza.
com informações do Sindicarne