Em conferência dos bancários, CTB Bahia destaca importância da categoria nas lutas

Em conferência dos bancários, CTB Bahia destaca importância da categoria nas lutas

Geral 18/05/2024 Escrito por:

Com a inscrição de 432 delegados e delegadas dos estados da Bahia e de Sergipe, a Federação dos Bancários (FEEBASE) iniciou sua 26ª Conferência. O encontro acontece, neste sábado (18) e domingo (19), no Hotel Fiesta. Os sindicalistas debatem o momento político e os desafios para a campanha nacional de 2024. "O momento exige ainda mais organização e ação política das entidades e suas categorias. Nossa conferência nos prepara para contribuirmos da melhor forma com o comando nacional, que direcionará a campanha salarial. Por isso, vamos debater a conjuntura, a boa situação dos bancos, novas tecnologias e saúde da categoria", afirmou Hermelino Neto, presidente da entidade.

Em sua saudação, a presidenta da CTB Bahia, Rosa de Souza, ressaltou que o cenário é mais favorável com o governo Lula, porém, os desafios são grandes. "Parabéns à Federação por essa conferência representativa. Temos um governo popular e amplo, mas que enfrenta um congresso conservador. Mesmo assim, fez mudanças importantes, como a política de valorização do salário mínimo, a lei da igualdade salarial entre homens e mulheres, a retomada de 14 mil obras paradas e a economia crescendo e gerando 2,2 milhões de empregos em 15 meses, entre outros avanços. Avançar mais vai depender da luta do movimento sindical e dos movimentos sociais. Dia 22, teremos um ato importante em Brasília, para exigir mudanças na reforma trabalhista, e a Central sempre contou com a Federação e seus sindicatos filiados para esses enfrentamentos", destacou.

Vereador em Salvador e presidente do Sindicato dos Bancários da Bahia, Augusto Vasconcelos lembrou que a classe trabalhadora sofreu duros golpes com os governos Temer e Bolsonaro. "Foi um desmonte quase que total da CLT, acabando direitos históricos e enfraquecendo os sindicatos financeiramente e, consequentemente, a luta. "Os sindicatos devem retomar o protagonismo político e falar mais sobre as mudanças que estão acontecendo. Temos que ocupar mais espaços políticos. Em outubro, é debater a importância de elegermos quem tem compromisso com a classe trabalhadora", enfatizou.

POLÍTICA, ECONOMIA E TECNOLOGIA

A abordagem sobre o momento político foi feita pelo jornalista do site Brasil 247, José Reinaldo de Carvalho. "A guerra da Rússia contra a Ucrânia e o genocídio de Israel contra os palestinos são a expressão da atual crise no mundo capitalista. Isso interfere nos outros países. No Brasil, é importante o apoio dos movimentos sociais ao governo Lula, que precisa de alianças para aprovar as políticas positivas que estamos vendo. É ter autonomia, mas apoiar, mesmo com algumas pautas ruins para o povo e a classe trabalhadora. Por, são importantes as eleições municipais de outubro, para elegermos vereadores e prefeitos do campo progressista", afirmou.

O panorama do setor financeiro foi traçado pela coordenadora técnica do Dieese na Bahia, Ana Georgina Dias, que mostrou como os bancos vão bem. "O desempenho dos maiores bancos comprova. BB, Bradesco, Caixa, Itaú e Santander somaram, juntos, R$ 108,6 bilhões em 2023. Uma alta média de 2,4% em 12 meses. Os ativos totais dos bancos chegaram a R$ 101 trilhões no ano passado, quase o PIB do Brasil, de R$ 10,9 trilhões. Esses bancos arrecadaram R$ 39,1 bilhões com prestação de serviços e tarifas bancárias no primeiro trimestre deste ano. Podem muito bem oferecer reajuste com ganho real na campanha desse ano", destacou.

Economista do Dieese de São Paulo, Vívian Machado mostrou como as novas tecnologias beneficiam os bancos e prejudicam a categoria bancária e os clientes. "A Inteligência Artificial (IA) está sendo usada com força, substituindo serviços e trabalhadores nas agências. Os bancos criaram Hubs tecnológicas e laboratórios digitais internos, e firmaram parceria com startups para acelerar o processo. Tudo isso aumenta a lucratividade do setor financeiro, prejudica a população e faz adoecer os poucos bancários que ficam trabalhando. É importante os sindicatos pautarem essa questão na campanha salarial", defendeu.