Em live, Adilson Araújo, Rosa de Souza e Daiana Alcântara debatem desafios atuais
Geral 16/05/2024 Escrito por:
Inovando em sua ação sindical, o Sintest Uefs (Sindicato dos Técnicos Administrativos da Universidade Estadual de Feira de Santana) realizou, nesta quinta-feira (16), uma live para discutir o momento atual do Brasil e os desafios da classe trabalhadora. Para debater o tema, foram convidados o presidente da CTB Nacional, Adilson Araújo, e a presidenta da CTB Bahia, Rosa de Souza.
A live foi mediada por Luis Ricardo, dirigente do Sintest. "Nada melhor do que iniciar esse projeto pelo YouTube com nossos presidentes Adilson Araújo e Rosa de Souza. É mais um canal de comunicação do sindicato para os técnicos administrativos da universidade, uma nova ferramenta para ajudar a fazer as lutas da categoria e sociedade em Feira de Santana", disse.
Segundo Daiana Alcântara, diretora geral do sindicato e coordenadora da CTB Portal do Sertão, a entidade tem buscado aprimorar sua comunicação. "Isso para nos aproximar mais da base e fazer os debates necessários com a categoria, na luta por bandeiras específicas e nas lutas gerais convocadas pelas centrais. Nossa entrada na CTB ajudou muito a compreender a importância da comunicação na luta cotidiana. Iniciamos esse projeto em grande estilo, trazendo Adilson e Rosa para debater com a gente", afirmou.
Para Adilson Araújo, vive-se uma grande deterioração da política, após os governos Temer e Bolsonaro. "Conseguiram emplacar vários retrocessos contra a classe trabalhadora e a sociedade. A extrema direita se fortalece em todo o mundo, exigindo mais luta. O governo Lula busca avançar, mas tem que lidar com o pior Congresso da história, impondo uma agenda de mais retrocessos. Precisamos reverter o quadro ganhando as narrativas importantes da luta política. Emostrar as contradições da uberização do trabalho [moderno são as plataformas, mas o trabalho no Uber é similar ao trabalho escravo: trabalha-se 12h por dia, sem direitos e sem proteção]. Precisamos falar melhor com nossas categorias", enfatizou, lembrando o ato no dia 22, em Brasília, onde as centrais vão exigir avanços nos direitos sociais e trabalhistas e valorização dos servidores públicos, entre outros pontos.
Rosa de Souza destacou que a CTB Bahia tem implementado as orientações da Nacional e busca mobilizar os sindicatos para os enfrentamentos. "Temos participado de lutas e eventos relacionados ao mundo do trabalho, levando as ideias classistas. O governo Lula implementou muitas políticas importantes e só vai avançar mais com a luta do movimento sindical e dos movimentos sociais. Queremos mudanças em vários pontos da reforma trabalhista. Na Bahia, ajudamos o projeto que vem transformando o estado há mais de 17 anos, com muitas mudanças. Mas, o governo precisa avançar em relação aos servidores públicos, melhorando a proposta de reajuste e retomando a mesa de negociação. Tem que valorizar essas categorias importantes para o sucesso das suas políticas", pontuou.
CAMINHOS DA LUTA
Durante o debate, os três dirigentes apontaram alguns caminhos para vencer os desafios atuais:
>> Estudar e entender melhor as mudanças no perfil da classe trabalhadora, observando questões como a sua identidade sendo transformada com as tecnologias nas empresas;
>> Sindicatos se atualizarem sobre as mudanças no mundo do trabalho, para direcionar melhor as lutas, enfrentar a precarização do trabalho, mais acidentes e mais doenças, menos direitos e salários rebaixados;
>> Combater a indústria de fake news e construir uma consciência crítica nas categorias para avançar rumo a uma sociedade mais justa socialmente e economicamente;
>> Dirigentes devem mostrar a importância dos sindicatos para a vida dos trabalhadores e das trabalhadoras;
>> Investir mais em comunicação e formação, dos dirigentes e das bases, travando debates importantes, nas redes sociais e presencialmente nos locais de trabalho;
>> Ano importante com as eleições municipais, e importância de se eleger de vereadores, prefeitos e vices dos movimentos sociais, comprometidos com nossos interesses;
>> Trabalhar para melhorar a participação das categorias na vida e ações dos sindicatos, mostrando que avanços civilizatórios aconteceram graças as lutas da classe trabalhadora, conduzidas pelos sindicatos;
>> Nossas entidades devem ter como lema "o desenvolvimento com valorização do trabalho humano" e devem falar para mais pessoas na sociedade.