Para Jerônimo, o novo Brasil deve ser firme no combate ao racismo

Para Jerônimo, o novo Brasil deve ser firme no combate ao racismo

Geral 21/03/2023 Escrito por:

A ONU instituiu o 21 de março como Dia Internacional pela Eliminação da Discriminação Racial. Foi nesse dia, em 1960, na cidade de Joanesburgo, capital da África do Sul, que 20 mil negros protestavam contra uma lei que limitava os lugares por onde eles podiam circular. No bairro de Shaperville, os manifestantes encontraram tropas do exército. Mesmo sendo uma manifestação pacífica, os militares atiraram sobre a multidão, matando 69 pessoas. Em memória à tragédia, foi instituida a data. 

Secretário  de Combate ao Racismo da CTB Bahia, Jerônimo Júnior destaca a perspectiva de reduzir a discriminação racial no País com o novo governo do presidente Lula. "Os maiores avanços que tivemos no combate a esse problema aconteceram nos governos anteriores de Lula e Dilma, que priorizaram as políticas públicas para a população negra, dando início a um processo de reparação. Infelizmente, os dois governos após foram destruindo as conquistas", pontua.

Entre essas vitórias, o dirigente resgata as políticas públicas: recursos no Orçamento da União para diversas iniciativas como programas destinados a quilombolas e ao programa de Cotas para Universidades; a lei 10.639, que instituiu o Dia da Consciência Negra e o ensino da história e da cultura afro-brasileira nas instituições de ensino; Estatuto da Igualdade Racial; a lei que previa cota de 20% das vagas em concursos públicos da administração federal para candidatos negros; e o incentivo às políticas de inclusão da população negra no mercado de trabalho.

Para Jerônimo, os desafios ainda são grandes. "Precisamos aprimorar a aplicação das leis contra os crimes de racismo e injúria racial, que têm poucas condenações. É importante fortalecer as medidas contra a discriminação de gênero e de etnia. Temos que intensificar medidas para prevenir a violência e a discriminação racial contra a população afrodescendente, além de proteger o patrimônio cultural e locais de culto", defende.

Ainda, segundo o sindicalista, é importante reformular a estrutura da segurança policial. "O movimento negro defende a desmilitarização das polícias, o fortalecimento do controle social das forças de segurança através de ouvidorias, Ministério Público e outros organismos que protegem a sociedade, especialmente a população negra. É isso que queremos: o novo Brasil firme no combate ao racismo", enfatiza.