Após o incêndio criminoso contra a estátua de Mãe Stella de Oxóssi, em Salvador, o Comitê InterReligioso da Bahia realizou, nesta quinta (8), o ato "Por Uma Cultura de Paz e Respeito", em frente ao Monumento, no bairro de Stella Maris. Os manifestantes protestaram contra o racismo, o ódio e o "terrorismo religioso".
O protesto contou com a presença de líderes das mais diversas representações religiosas, coletivos de representatividade preta e antirracista, a cantora Margarethe Menezes e autoridades como Fernando Guerreiro (presidente Fundação Gregório de Matos), Julieta Palmeira (secretária estadual de Política para as Mulheres) e Fábia Reis (secretária estadual de Promoção da Igualdade Racial) e o tenente coronel Ramos, representando o Comando Geral da PM-BA.
A CTB Bahia foi representada pelo secretário de Combate ao Racismo, Jerônimo Júnior, que falou sobre o ato. "Todos nós temos que repudiar atitudes como essa. E a Central não poderia deixar de prestar sua solidariedade ao povo de santo. A estátua é uma justa homenagem à Mães Stella, por tudo que representa em nossa cultura, reconhecida internacionalmente. Nossa presença aqui é para mostra que o movimento sindical classista não limita sua luta às questões econômicas", afirmou.
Segundo Papai Pipi, do terreiro Ilê Axé Obá Leodé, foi uma falta de respeito ao próximo. "E também as religiões de matriz africana, que sempre respeitaram as demais. É importante manter o respeito a todas as religiões", disse. Para a filha de Santo e do terreiro Ilê Fiodô Biejá, Taiza Paula, o incêndio foi marcado por racismo, ódio religioso e intolerância religiosa. "Vivemos em um Estado laico e todos devemos nos respeitar. Ninguém vai nos calar e nós vamos seguir com o legado dos nossos ancestrais", destacou.
Fundador e primeiro presidente da Unegro (União de Negros Pela Igualdade), Antônio do Carmo disse que quem incendiou a estátua não tem Deus no coração. "Para quem acredita e se cultua ele no coração, Deus é um só. Não importa a religião que a pessoa segue. Só explica incendiar um monumento como o de Mãe Stella não ter Deus no coração", pontuou.