Em defesa da democracia, dos direitos sociais e mais poder para as mulheres

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Por Ivânia Pereira*

8 de Março - Dia Internacional da Mulher -, a CTB vai às ruas em defesa da democracia, da garantia dos direitos conquistados, do combate intransigente às desigualdades e pelo desenvolvimento com valorização do trabalho.

Neste sentido defender hoje a democracia é ser contra o impeachment. Não admitiremos que aqueles que perderam nas urnas fragilizem a democracia brasileira sobre quaisquer pretextos. Não há nada que pese contra a presidenta que justifique seu impedimento! O nome disso é golpe! Estamos nas ruas em defesa do Estado Democrático de Direito e do mandato constitucional da presidenta.

Defender a democracia é dizer não ao ajuste fiscal e aos cortes nos gastos sociais: esta política econômica só interessa aos banqueiros! Defendemos que o Estado volte a ser o indutor do desenvolvimento, com redução dos juros, investimento em políticas sociais e transferência de renda para o Brasil voltar a crescer!

Defender a democracia hoje é garantir que a Câmara Federal não seja presidida por um bandido machista, mentiroso e chantagista! é dizer Fora Cunha! Exigir mudança urgente na presidência na Câmara dos/as Deputados/as.

Para defender a democracia hoje temos que exigir a democratização da mídia. O Brasil precisa de pluralidade de opiniões e uma mídia que informe, e não uma que manipule os fatos e as opiniões de milhões de brasileiros/as, reproduzindo estereótipos machistas e desrespeitosos contra as mulheres.

Defender a democracia é dizer Não à terceirização! A terceirização significa precarização e a redução dos direitos trabalhistas, as mulheres, principalmente as mulheres negras, que já são as mais atingidas pelo subemprego e desemprego serão as vitimas potenciais. É defender mais emprego e mais equidade: redução de jornada de trabalho para 40 horas semanais, sem redução de salário. Aprovação do Projeto de Lei 6653/2009, o chamado PL da Igualdade, que institui salário igual para trabalho igual entre homens e mulheres.

Defender a democracia é dizer não a Reforma da Previdência.

E dizer não às mudanças na aposentadoria das mulheres! A razão das mulheres se aposentarem mais cedo é a dupla, às vezes tripla, jornada de trabalho que ao longo de toda a vida temos. Os cuidados da casa, dos filhos, da alimentação, trabalho essencial para a sociedade, que não é pago e sequer reconhecido. Enquanto persistir este brutal desnível da jornada de trabalho de homens e mulheres não há porque a idade da aposentadoria ser igual. Comecem igualando-nos em direitos, não em obrigações!

Defender a democracia é lutar pelo Fim das violências contra as mulheres: Ampliação da rede das Casas da Mulher Brasileira e criação de mais Delegacias de Defesa da Mulher com funcionamento 24horas; Juizados Especial para Violência Doméstica, e profissionais multidisciplinares especializado com base na Lei da Lei Maria da Penha!

 

Defender a democracia é lutar por mais mulheres no poder e mais respeito no exercício do mandato, lutar para que mais mulheres se candidatem nas eleições de 2016 e que o Congresso restabeleça a cota mínima de 30% de mulheres nas chapas eleitorais!

2016 será ano de eleições municipais. Eleger mulheres comprometidas com os avanços sociais e a agenda feminista é um imperativo, sobretudo no momento em que os setores conservadores e fundamentalistas religiosos sequestram os Parlamentos para destruir os direitos que nós, mulheres, conquistamos ao longo de décadas, como o aborto em casos de estupro e anencefalia, a Lei Maria da Penha e a Secretaria de Políticas para as Mulheres, criada exatamente para promover a igualdade de gênero.

Neste momento, estaremos nas ruas, nas praças, nas assembleias legislativas e câmaras municipais, empunhando as bandeiras:

Continuaremos mobilizadas em defesa de mais direitos, por um mundo de igualdade, contra toda opressão!

 

* Ivânia Pereira é secretária da Mulher Trabalhadora da CTB e presidenta do Sindicato dos Bancários de Sergipe.