Mulheres serão as mais lesadas pela terceirização
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Por Flora Brioschi*
Em um período histórico de avanços trabalhistas, com baixo índice de desemprego e a constante valorização real do salário mínimo, a aprovação de um projeto que precariza e rebaixa a força de trabalho, é no mínimo a maior tentativa de golpe dos últimos tempos, é o retrocesso sem precedentes na história dos direitos dos trabalhadores.
As mulheres trabalhadoras devem ocupar as ruas deste país na luta por uma sociedade socialista livre de opressão e de injustiças. As mulheres trabalhadoras devem ocupar as ruas deste país na luta por uma sociedade socialista livre de opressão e de injustiças. O PL 4330 já tramita na Câmara há cerca de 11 anos, e não havia sido aprovado devido à ação contínua e à resistência por parte da classe trabalhadora, especificamente o movimento sindical.
É preciso que a sociedade reflita e analise que na atual conjuntura onde a força de trabalho está produzindo em alta e estamos inseridos no contexto industrial em nível nacional e internacional é necessário identificarmos verdadeiramente o que está escondido por trás da aprovação desse projeto de lei, quem de fato lucra com isso.
Segundo o Dieese, em pesquisa realizada em 2014, os trabalhadores que são terceirizados recebem uma média de 24,7% a menos que os funcionários contratados diretamente pela empresa fim, portanto o que está por trás desse projeto é a retomada das taxas de lucro dos grandes empreendimentos mediante o estrangulamento do fator trabalho.
Dessa forma, nós, mulheres trabalhadoras, seremos ainda mais impactadas, e os nossos rendimentos serão ainda menores. Somos a maioria dos trabalhadores terceirizados, de forma naturalizada somos relegadas, existe sempre a tentativa de nos colocarmos em posição de comandadas no mercado de trabalho.
Estarmos em posição de destaque é tarefa árdua devido à cultura machista e patriarcal, mas nós conseguimos embora sejamos socialmente diminuídas. Portanto, mulheres, em especial as mulheres negras, lutemos para que a prática da terceirização não seja legitimada e incentivada, e nós, mulheres trabalhadoras, não sejamos as mais atingidas (independentemente da categoria) por essas formas de contratação.
As mulheres trabalhadoras devem ocupar as ruas deste país na luta por uma sociedade socialista livre de opressão e de injustiças.
* Flora Brioschi é metalúrgica da Fetim e CTB da Bahia.