A Revolução Digital 

A Revolução Digital 

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A transformação digital é uma realidade. O uso de técnicas de Inteligência artificial (IA), seja por empresas, governos ou organismos estatais, já é algo concreto. O cidadão mal se dá conta de que interage com sistemas inteligentes o tempo todo, seja em uma linha de produção, numa simples compra de cartão de crédito, nas compras no supermercado e, até mesmo, no chat do banco.

A Partir de 2019, com o recrudescimento da pandemia, foi impulsionado o uso de IA. No monitoramento de casos de infectados pelo vírus, governos utilizaram técnicas de reconhecimento facial e Big Data para controlar o fluxo de pessoas nas cidades e em lojas. Para, assim, frear o contágio da doença. Já os médicos, cientistas e hospitais, se utilizaram do aprendizado de máquinas para o uso dessas técnicas.

Os dados comprovam que o uso constante da Inteligência Artificial melhora o diagnóstico e o prognóstico de novos infectados. Mas, esse procedimento tem levado uma grande parte dos pesquisadores a alertar para os vieses sociais que podem estar contidos na enorme massa de dados utilizada pelos sistemas inteligentes e algorítmos. 

O uso da Inteligência Artificial tanto pode ser importante para o desenvolvimento da sociedade, como pode ser maléfico. Não sabemos ainda como opera todo esse processo e esse aprendizado, seus benefícios e suas limitações. Devemos nos aprimorar e entender o seu funcionamento.  

Está em curso a área da computação voltada a desenvolver algoritmos e sistemas capazes de realizar tarefas com habilidades associadas à inteligência humana. Um exemplo é o uso da IA capaz de se comunicar com humanos em nossa linguagem, ou perceber e interpretar o mundo com reconhecimento de imagens e sinais de trânsito por veículos autônomos. 

Já está em experimento o uso de técnicas de IA para fazer com que a máquina possa planejar sequências de atividades visando alcançar metas e seja capaz de aprender o passo a passo da tarefa. Um algoritmo, assim, como o ser humano.     

E COMO SERÁ O FUTURO? 

Será que, em um futuro próximo, a IA poderá substituir o ser humano no processo de produção industrial? No setor de serviços? No serviço público? Nos supermercados e nos shoppings? E ainda no setor rural? 

Observamos várias opiniões diferentes. Existem os defensores da ideia de que a Inteligência Artificial irá acabar com centenas de profissões, gerando desemprego e colapsos sociais. Do outro lado, existem aqueles que acreditam que ela irá, sim, extinguir muitos empregos, mas que o mercado, naturalmente, criará centenas de outros empregos, com maior grau de complexidade e responsabilidade.

Acredito que estamos vivendo uma grande e profunda Revolução Industrial: a Revolução Digital. E deve ir além da substituição de pessoas por máquinas. Mas, no processo de contratação de novos funcionários, baseado na IA, se os dados inseridos na IA forem carregados de viés preconceituoso, pode levar a perpetuação de preconceitos em relação à raça, gênero, orientação sexual, biotipo físico ou de qualquer outro traço. Já que os RHs das empresas serão substituídos por IA na contratação de novos trabalhadores.   

Devemos aprofundar esse debate. Sabemos pouco sobre essa Revolução Digital. Não sou contra o desenvolvimento da ciência e da pesquisa. Sou favorável. Mas, por outro lado, ela não pode e nem deve estar a serviço do capital. Ela precisa servir à humanidade como um todo.

* Dirigente da CTB Nacional, ex-presidente do Sindicato dos Metalúrgicos da Bahia e ex-presidente da CTB Bahia